terça-feira, outubro 31, 2006

Nota Pastoral aos catequistas

NOTA PASTORAL AOS CATEQUISTAS

Os Bispos de Angola, reunidos em Assembleia, gostariam de dar uma palavra de ânimo e de orientação aos nossos estimados catequistas.
Os catequistas são embaixadores da Palavra de Deus e de animadores das comunidades em todo o território nacional.

Estamos a acompanhar os trabalhos do registo eleitoral. Por outro lado pensamos que no próximo ano terão lugar as eleições gerais para se escolher o Presidente da República e os membros da Assembleia Nacional.

Temos conhecimento de que muitos catequistas sofrem aliciamentos e até pressão para exercer funções de activista político nalgum partido. Esta prática é totalmente reprovável e incompatível com a função de catequista. O catequista, como qualquer cidadão, tem direito de votar o partido de sua escolha, mas não é um activista político.

Perante este facto muito importante para o futuro do nosso país, queremos dar‑vos algumas orientações ou recomendações:
A democracia é o governo do povo pelo próprio povo. A democracia aprende-se. Por isso, é preciso um esforço sério de educação para a democracia e a cidadania. Nestes tempos fala-se muito de “educação cívica”. A democracia é o livre exercício da cidadania.
Para o bom funcionamento da democracia é muito importante o registo eleitoral. Reconhecemos com gosto o esforço do Governo na formação dos “brigadistas”. Um bom registo eleitoral é garantia de umas eleições livres e justas. Recomendamos aos catequistas a sua valiosa colaboração no registo de todos os que têm direito do voto.
São muitos os cidadãos que desconfiam das eleições. Dizem que é melhor não votar para não voltar à guerra.
O melhor modo de evitar a guerra é que haja eleições livres, justas e transparentes. Neste momento é importante que todos participem.
O voto deve ser livre. Pedimos aos catequistas que façam todo o possível para colaborarem na criação do ambiente de liberdade e de transparência. A educação para o voto livre, justo e transparente é uma boa garantia de bom futuro para o nosso país.
Os lugares de culto devem ser completamente apartidários, não podendo servir para neles se fazer qualquer propaganda política.

Finalmente, nós, Bispos de Angola, encorajamos o Governo, as forças político‑partidárias e toda a população a envidar todos os esforços para o fortalecimento da paz na justiça e no amor.

Luanda, 30 de Outubro de 2006
Os Bispos Católicos de Angola

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