BEM-VINDO, DOM EMÍLIO!
Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor (Mt. 21, 9)
Excelências Reveredíssimas: Sr. Núncio Apostólico, Sres Arcebispos e Bispos;
Reverendos Padres e Pastores;
Excelências: Sr. Governador e Vice-Governadores do Uíje;
Distintas Autoridades Parlamentares, Ministeriais, Judiciais, Militares e Partidárias;
Caríssimos irmãos e irmãs;
Querido Povo de Deus:
A todos vos saúdo cordialmente e a todos vos convido para saudardes também comigo o protagonista deste dia, D. EMÍLIO SUMBELELO, o primeiro Bispo angolano nomeado para esta Diocese.
Meu caríssimo irmão no Episcopado, D. Emílio Sumbelelo, é com efusiva alegria que vos saúda esta festiva assembleia de Fiéis:
Saúdam-vos as crianças com o encanto do seu angélico sorriso; saúdam-vos os jovens com o sonho dos seus floreados ideais; saúdam-vos os casados com a felicidade da sua família santificada pelo Sacramento do matrimónio; saúdam-vos os pais com a apreensão preocupante sobre o futuro de seus filhos; enfim, saúdam-vos os velhinhos e os doentes que vêem na vossa bênção mais uma réstia de esperança.
Saúda-vos o Episcopado de Angola e de S. Tomé, aqui representado na pessoa de numerosos Bispos, para vos testemunharem a comunhão da sua colegialidade episcopal, com a qual podeis contar em quaisquer vicissitudes da vossa vida pastoral.
Saúda-vos toda a Diocese do Uíje, com todos os seus Fiéis, Clérigos e Leigos, sem esquecer o exército dos seus Catequistas, a quem tenho chamado e continuo a chamar os Comandos da Evangelização.
Saúda-vos Angola inteira, aqui honrosamente representada na pessoa dos distintos Magistrados da Nação. É que a nomeação dum Bispo não cabe nas dimensões duma sacristia. Embora essencialmente eclesial, este acontecimento tem vastos reflexos sociais. O Bispo não é chamado a exercer funções políticas, no sentido técnico do termo, mas é chamado a iluminar a política com a luz do Evangelho. E um Bispo que abdicasse deste dever atraiçoaria a sua missão.
Em último lugar, mas não em último grau, saúdo-vos eu mesmo, querido D. Emílio, que há 40 anos tenho a honra e o privilégio de ser o vosso precursor, qual outro João Baptista, enviado a preparar os vossos caminhos. E graças ao Senhor, posso afirmar que muitas vias foram terraplanadas. Mas tenho pena de vos dizer que não ficou tudo pronto. Ainda há curvas a endireitar, lombas a abater, e covas a colmatar. Desta maneira, não irei cair na presunção de pensar que fiz tudo, sem deixar nada que fazer ao meu sucessor.
Ao saudar-vos a vós, meu irmão D. Emílio, não posso deixar de saudar a vossa Diocese de origem, Benguela, e sobretudo o seu zeloso e dinâmico Bispo, D. Óscar Braga, pelo amor e abnegado zelo com que, durante anos, preparou a preciosa dádiva que a Diocese do Uíje hoje recebeu na pessoa do seu Bispo coadjutor.
Com especial deferência te saúdo a ti, ó querida Diocese de Uíje, que nesta esplêndida celebração inicias solenemente o teu noivado espiritual com aquele que me vai suceder no seu desposório espiritual contigo. Ele já recebeu e já usa o anel da sua fidelidade de Pastor, em cujas funções vem determinado a consumir a sua vida.
Minha amada Diocese do Uíje, na pessoa dos teus Padres, Catequistas e Fiéis-Leigos, eu te peço a mesma fidelidade, vivida na comunhão obediente e colaboradora de todos os dias. Se é verdade que o Bom Pastor faz as Boas Ovelhas, também é verdade que as Boas Ovelhas fazem os Bons Pastores, pois delas é que eles provêm.
Para terminar, como não havia de saudar aquela que, aqui representada na sua imagem, patrocina esta celebração – a Senhora do Coração Imaculado? Em Caná da Galileia, Jesus disse claramente à sua Mãe: “Ainda não chegou a minha hora” (Jo 2, 4). E sua Mãe mudou essa hora fazendo-a chegar. Jesus mudou a água em vinho, porque antes Maria mudou a sua hora. A omnipotência operante de Jesus foi accionada pela omnipotência suplicante de Sua Mãe.
Com razão ela prometeu à vidente Lúcia: “O meu Imaculado Coração triunfará”.
Ó Mãe do Imaculado Coração, foi escudado nesta certeza que, há 40 anos, vos confiei a Diocese do Uíje e o seu primeiro Bispo. E é apoiado na mesma certeza que hoje confio à vossa maternal solicitude o segundo Bispo desta Diocese, D. Emílio Sumbelelo.
Uíje, 11 de Março de 2007
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1 comentário:
Deixei-me deslumbrar por esta linda peça oratória, proferida por esse grande pregador que é o D. Francisco.
Daqui lhe envio um infantil e carinhoso abraço, como aquele que lhe quereria ter dado, na Ilha, na sua Missa Nova.
Mas era muito pequeno, estava na cozinha, com a minha mãe, nos preparativos da Festa.
José Pedrosa
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