sexta-feira, março 24, 2006

Padre Maurício Camuto é o novo Director Geral da Rádio Ecclesia (24.03.2006)

Reunidos esta tarde na primeira Sala Magna das Assembleias dos Bispos no Edifício da CEAST Dom Filomeno Vieira Dias (Presidente da Comissão Episcopal dos Meios de Comunicação Social da CEAST), Dom Benedito Roberto (Vice-Presidente da mesma Comissão), o Secretariado da CEAST e cerca de 4 dezenas dos trabalhadores da Emissora Católica de Angola (Rádio Ecclesia), efectuou-se a tomada de Posse do novo Corpo Directivo da Rádio Ecclesia.
Depois das palavras de acolhimento feitas por Dom Filomeno, o Secretário da CEAST pela Pastoral fez a leitura das duas provisões, seguidas cada uma delas da respectiva biografia dos dois novos dirigentes da Ecclesia.
Seguem na íntegra:

CONFERÊNCIA EPISCOPAL DE ANGOLA E SÃO TOMÉ
CEAST


Provisão nº 5/CECS

Nomeação do Director Geral da Rádio Ecclesia
Emissora Católica de Angola

Sendo necessário proceder à nomeação de um novo Director Geral e ouvido o parecer dos Bispos reunidos em Assembleia Plenária, de 15 a 22 de Março de 2006,

Cumpridos dois mandatos do Reverendo Pe. Frei José Paulo Sebastião no cargo de Director Executivo, por força da provisão nº 2/2003, para o qual tinha sido nomeado

Hei por bem nomear, como de facto nomeio, por três anos

Director Geral da Rádio Ecclesia:
O Reverendo Pe. Maurício Agostinho Camuto, CSSp

Esta provisão entra em vigor desde a data da sua leitura oficial.

Luanda, 22 de Março de 2006

+Filomeno do Nascimento Vieira Dias
Presidente da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais




Curriculum Vitae

Maurício Agostinho Camuto, sacerdote religioso da Congregação do EspíritoSanto, nasceu em Golungo Alto, Província do Kwanza‑Norte, aos 26 de Dezembro de 1963

Fez os estudos primários no Golungo Alto; ensino secundário em Ndalatando, Luanda e Huambo.

1982 – 1986: Estudos de Filosofia no Seminário Maior de Cristo Rei, Província do Huambo.

1986 – 1987: Noviciado na Congregação do Espírito Santo, Província da Huila.

1988 – 1991: Estudos de Teologia no Seminário Maior Internacional Emile Byahenda, em Brazzaville, República do Congo.

1991 (Fevereiro): Ordenação Diaconal em Brazzaville, República do Congo

1991 (Julho): Ordenação Sacerdotal em Ndalatando, Kwanza-Norte.

1992 – 1995: Pároco de São Tiago-Maior de Lândana, Cabinda, e Membro do Conselho Provincial da Congregação do Espírito Santo.

1995 – 1998: Reitor do Seminário Médio da Congregação do Espírito Santo em Malanje e Membro do Conselho Provincial

1998 – 2000: Director do Seminário de Teologia da Congregação do Espírito Santo no Huambo e posteriormente em Benguela.

2000 – 2003: Estudos de Especialização em Pedagogia e Comunicação Social na Universidade Salesiana em Roma

2003 (Dezembro): Coordenador da Comissão Episcopal dos Meios de Comunicação Social – CEAST.

Línguas faladas fluentemente: Portugês, Francês e Italiano.
(Inglês, razoável)




CONFERÊNCIA EPISCOPAL DE ANGOLA E SÃO TOMÉ
CEAST

Provisão nº 6/CECS

Nomeação do Director Executivo da Rádio Ecclesia
Emissora Católica de Angola

Sendo necessário proceder à nomeação de um novo Director Executivo e ouvido o parecer dos Bispos reunidos em Assembleia Plenária, de 15 a 22 de Março de 2006,

Informados das qualidades que recaiem no Senhor Engº Joaquim Gonçalves da Silva Gustavo e aceite a sua indicação para o preenchimento deste cargo

Hei por bem nomear, como de facto nomeio, por três anos

Director Executivo da Rádio Ecclesia:
O Senhor Engº Joaquim Gonçalves da Silva Gustavo

Esta provisão entra em vigor desde a data da sua leitura oficial.

Luanda, 22 de Março de 2006

+Filomeno do Nascimento Vieira Dias
Presidente da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais



Curriculum Vitae

Gustavo Silva, de nome próprio Joaquim Gonçalves da Silva Gustavo é Engenheiro Agrónomo e Jornalista. Casado, nasceu aos 12 de Dezembro de 1964 em Benguela.

Estudou no Seminário Menor Diocesano do Huambo e no Instituto Médio Agrário do Huambo.

Licenciou-se em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Agostinho Neto em 1991.

Foi docente de Culturas Arvenses, Culturas Industriais e Sociologia e Desenvolvimento Rural no Instituto Médio Agrário do Huambo.

Jornalista desde 1984, começou como colaborador na Emissora Provincial da Rádio Nacional de Angola no Huambo e em 1987 na delegação da Televisão Pública de Angola também no Huambo. Na TPA foi editor-chefe dos Magazines Ecos e Factos Edição da Manhã e da Noite, tendo sido editor-chefe do Telejornal.
Foi co-fundador da actual Rádio Ecclesia em 1997.

Foi actor em seriados de Televisão entre os quais a novela “Um homem nunca chora”.

Fez entre outros os cursos de de Protecção de Plantas – Faculdade de Agronomia de Wagneignen – Holanda, 1991; “Gestão de Equipamento Agrícola” - Universidade de Évora, 1995; “Jornalismo em Radiodifusão” – IMBISA, Harare, Zimbabwe, 1999; “Formação de Jornalistas dos PALOP – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Católica de Lisboa, Portugal, 2002.

Foi membro da IAAS, Internacional Associaation of Agricultural Students e presidente da Associação dos Estudantes do Ensino Superior na Faculdade de Ciências Agrárias na Província do Huambo. Foi ainda presidente do Conselho Fiscal do Sindicato dos Jornalistas Angolanos.

No fim da leitura das provisões e da Biografia do novo corpo Directivo, Dom Filomeno dirigindo-se aos recém-nomeados e à assembleia dos trabalhadores agradeceu o trabalho da Emissora que por 6 últimos anos foi dirigido pelo Frei Zé Paulo que muito fez para o engrandecimento e nome do grande centro de informação e de evangelização católica. Teceu seu discurso ainda na necessidade de se incrementar a evolução da saúde financeira na Ecclesia já que sem dinheiro não se pode trabalhar. E falou da necessidade de se lutar pelo cada vez mais urgente profissionalismo dos membros directos da Rádio bem como da luta por novas e extensas estruturas para a Rádio Ecclesia.

O novo Director Geral da Rádio, Pe. Camuto, pediu colaboração e familiaridade na luta comum pela dignidade do bem comum – Rádio Ecclesia;

Gustavo Silva, Director Executivo, agradeceu a Dom Filomeno a Confiança que a CEAST e o Núncio Apostólico depositaram nele e prometeu tudo vir a fazer para o crescimento da Rádio que já serviu na sua re-abertura em 1997.

O Director Executivo Cessante, Frei Zé Paulo agradeceu também a todos, dos Bispos aos trabalhadores, aos ouvintes pela colaboração com a Ecclesia e sua Direcção de modo especial no tempo dos seus dois mandatos. Disse ainda que apesar de tudo, no seu mandato nem tudo foram espinhos. Houve de verdade momentos de muitas rosas e devemos dar graças a Deus. Mostrou-se disposto a continuar a ajudar a Rádio sobretudo na linha de formação, aperfeiçoamento e capacitação dos jornalistas dentro e fora do país.

Editou:

Pe. Pedro Tchombela
Director Secret. Pastoral, CEAST

quarta-feira, março 22, 2006

Terminou hoje a primeira Assembleia dos Bispos 22.03.2006)

Terminou hoje, 22 de Março de 2006, a primeira Assembleia anual dos Bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé que começou dia 15 passado.
Os Bispos, no seu cuidado de Pastores, centraram a sua atenção para alguns dos aspectos que mais preocupam as dioceses de que são Pastores e da Igreja de Angola em geral.

Dos principais pontos da sua vasta agenda de trabalhos, aos quais incluíram a participação na Abertura do Ano Académico da UCAN e a visita às novas instalações da Universidade Católica no Palanca e uma concelebração eucarística no Santuário de São José do Calumbo, foi dada atenção particular a dois temas: o PLANO PASTORAL TRIENAL, que para o ano 2006 se centra no KERIGMA e o plano da AUTO-SUSTENTABILIDADE da Igreja de Angola, sobre a qual publicam uma Mensagem Pastoral (o texto integral seguirá abaixo).

Com estes temas, foram tratados outros de grande importância para a vida da Igreja e do País, como a próxima Assembleia Plenária da IMBISA (Conferência Episcopal dos Bispos da África Austral) a ter lugar em Angola no ano de 2007, o impacto do Encontro Nacional da União Apostólica do Clero nas dioceses de Angola, o Encontro Mundial das Famílias com o Papa, a realizar-se este ano em Valência na Espanha, a nova direcção da Rádio Ecclesia e o seu futuro após a Lei de imprensa, a questão da Justiça Económica, tendo como enfoque as informações recebidas do Sector de Justiça Económica da CEJPM (Comissão Episcopal de Justiça, Paz e Migrações) e a visita do Secretário Geral da Conferência Episcopal da Zâmbia, a nomeação dos órgãos Directivos após a fundação do Instituto Superior João Paulo II e a próxima renovação do Protocolo sobre a Educação.

Não menor atenção mereceram as questões relacionadas com a cólera em Luanda, a seca nas várias partes do País, sobretudo no Sul, a situação dos Seminários de Angola, a pastoral das Capelanias Militares e a Carcerária que foi achada necessária e urgente neste período de reconstrução do País e do tecido humano, moral e espiritual em particular, a celebração do 4 de Abril, e as Conclusões do Encontro Nacional da Caritas.

A Assembleia recebeu em audiência, a Comissão Mista dos Religiosos: CSMIRMA e da USMIRFA, e a delegação do Fundo Monetário Internacional.

Segue na íntegra a Mensagem Pastoral dos Bispos:



AUTO-SUSTENTABILIDADE da IGREJA

MENSAGEM PASTORAL


Caríssimos diocesanos, irmãos e irmãs:
A paz esteja convosco!

Honra o Senhor com os teus haveres e com as primícias das tuas colheitas; desse modo os teus celeiros ficarão cheios de trigo e os teus lagares transbordarão de vinho novo (Prov 3,9-10).

1. Quisemos começar a nossa Mensagem Pastoral sobre a Auto-sustentabilidade da Igreja em Angola e São Tomé com uma passagem bíblica que contém ao mesmo tempo um preceito e uma promessa de Deus. O preceito de honrar a Deus oferecendo-Lhe as primícias das colheitas e a correspondente promessa duma abundante recompensa divina. Fazemos isto porque é à luz da Palavra de Deus que entendemos propor à vossa consideração o tema, ou melhor dito, o problema da nossa auto-sustentabilidade. Se, de facto, todos nós somos a Igreja, todos somos responsáveis, embora em graus diferentes, da sua vitalidade espiritual e material.
Por isso, este mesmo tema foi objecto de reflexão dos Bispos das Conferências Episcopais da África Austral durante a VII Assembleia Plenária da IMBISA, em Outubro 2004, e foi tomado o seguinte compromisso: Como Bispos da região da IMBISA, comprometemo-nos a promover urgentemente comunidades auto-sustentáveis nas nossas Igrejas (Mensagem Final de 14.10.2004)

2. Uma Igreja modelo
Lê-se nos Actos dos Apóstolos que os primeiros cristãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações… E todos os que acreditavam viviam unidos e tinham tudo em comum. Mais adiante: A multidão dos que tinham acreditado tinham um só coração e uma só alma… entre eles tudo era em comum… e não havia nenhum necessitado (Act 2,42-44; 4,32-34).
Irmãos, se no início, isto é, logo depois de Pentecostes, a Igreja que o Espírito Santo tinha congregado aparece naquela imagem que nos deixou o evangelista São Lucas, testemunha ocular e de absoluta confiança, quer dizer que a essa imagem se deve conformar a Igreja de todos os tempos e cada comunidade cristã.

Daquela imagem de Igreja, podemos realçar alguns aspectos fundamentais. É uma comunidade nascida da fé em Cristo, regida e ensinada pelos Apóstolos. Nela todos são assíduos à oração comum e à Eucaristia, que é o centro unificador da Comunidade. Por isso, nela reina a união fraterna, vivem todos unidos e repartem entre si todos os seus bens.
A descrição da vida comunitária da Igreja primitiva é admirável e muito nos impressiona. Pode-se, pois, perguntar a que era devida semelhante realidade, em que todos os crentes viviam unidos e tinham tudo em comum. Não era certamente o fruto de uma organização mais ou menos imposta de cima e pensada com o fim de cimentar a coesão dos fiéis recém convertidos; era, pelo contrário, a expressão de algo mais profundo, do ter um só coração e uma só alma. Aqueles cristãos acreditando em Cristo e no Evangelho inspiravam-se no mandamento novo do amor e, por isso, viviam unidos e tinham tudo em comum.
O ter tudo em comum era, portanto, o fruto mais evidente do ter um só coração, manifestando-se concretamente no repartir dos bens de modo que não havia entre eles nenhum necessitado.
Como é sabido, os bens deste mundo foram e são destinados por vontade de Deus à satisfação das necessidades de todos os homens sem excepção nem exclusão. Daí, a obrigação da lei moral natural da sua justa e equitativa distribuição e da sua partilha para que ninguém seja excluído desta mesa comum. Essa obrigação moral, dizem os Actos, era posta em prática pelos cristãos da Comunidade de Jerusalém de modo livre e espontâneo, mas sendo animada pelo espírito do Evangelho recebido do ensino dos Apóstolos. O repartir dos bens era, por conseguinte, atitude cristã inspirada na Palavra do Senhor, no mandamento novo do mútuo amor fraterno. Jesus tinha dito que a felicidade está mais em dar do que em receber (Act 20,35) e os primeiros cristãos acharam que o modo melhor para o cumprir era repartir os bens (cfr Paulo VI, Mensagem da Quaresma 1978).
Irmãos, se foi evocada a vida da Igreja primitiva no seu começo, significa que temos aí um modelo, um exemplo que se deve imitar, não à letra – porque a letra mata (cfr 2Cor 3,6) – mas no seu significado espiritual que é permanente. De facto, trata-se também para nós de acolher o apelo que nos vem da Palavra de Deus, a fim de edificarmos a nossa Igreja como comunidade de fé e de amor, unida, fraterna e solidária. Afinal, uma Igreja como FAMÍLIA DE DEUS, segundo a feliz expressão do Sínodo para África. Expressão essa que acentua a atenção pelo outro, a solidariedade e a partilha de recursos entre as comunidades (cfr EIA 63).
É neste espírito cristão de solidariedade e partilha, que se inscreve o contributo dos fiéis para a manutenção das obras e obreiros da Igreja, como está ordenado no seu quinto mandamento.

3. A Igreja precisa de bens materiais
Na mesma Exortação Pós-sinodal é retomado o assunto quando se fala das Estruturas da Evangelização de que precisa a Igreja, Família de Deus, nas Dioceses. Estas estruturas são bem conhecidas, tais como: paróquias, seminários, escolas, centros de catequese, de pastoral juvenil, saúde, assistência social, etc.

As referidas estruturas – faz notar o Papa – requerem, além de pessoal qualificado, meios materiais e financeiros notáveis e, não raro, as Dioceses estão bem longe de poder dispor deles em medida suficiente. É, portanto, urgente que as Igrejas particulares de África se proponham o objectivo de chegar a prover elas mesmas às suas necessidades, assegurando desse modo a sua auto-suficiência (EIA 104).
Se nos fosse perguntado por que motivo trazemos, nesta nossa Mensagem Pastoral, o tema da auto-sustentabilidade da igreja, responderíamos: é preciso fazer o que está ao nosso alcance para que a auto-suficiência da Igreja de Angola e São Tomé se torne uma realidade. De facto, também nós, nas nossas Dioceses e paróquias, não dispomos de meios financeiros suficientes para poder manter as obras e o pessoal que nelas trabalha. E se tais obras até hoje foram mantidas, foi devido a ajudas vindas do exterior. Tais ajudas, porém, não vão continuar indefinidamente porque, aliás, os próprios doadores nos pedem que trabalhemos para tornar auto-suficientes as nossas Dioceses e comunidades. Por isso, até o Santo Padre nos disse que é urgente alcançar esse objectivo e que nele nos devemos empenhar (cfr EIA 104).

4. O empenhamento para a auto-sustentabilidade
O modelo da Igreja, quer dos Actos dos Apóstolos quer da Igreja-Família do Sínodo para África, realça com muita clareza que, na Igreja, todos os seus membros devem assumir o seu papel activo e participativo nos diversos sectores da vida da Comunidade. Um sector vital – como vimos – é o da participação dos fiéis a fim de assegurar o auto-sustento da igreja. Falamos de participação porque o dever de edificar uma Igreja que seja auto-sustentável pede a contribuição de todos os cristãos conscientes da sua responsabilidade. Numa Igreja-Família, cada um recebe e dá, numa partilha de bens espirituais e materiais: “A Igreja enquanto Família de Deus deve ser, hoje como ontem, um espaço de ajuda recíproca” (Bento XVI, Deus é Amor, 32).
No entanto, para os fieis se lembrarem de cumprir o seu dever, temos o Quinto Preceito da Igreja que reza assim: Contribuir para as despesas do culto e para a sustentação do clero, segundo os legítimos usos e costumes e as determinações da Igreja. O preceito aponta aos fiéis a obrigação de, conforme as suas possibilidades, prover às necessidades da Igreja de forma que ela possa dispor do necessário para o culto divino, para as obras apostólicas e de caridade e para a honesta sustentação dos seus ministros (Catecismo da I. Católica 2043).
Para que haja conformidade na observância do preceito em todas as nossas dioceses e paróquias, a CEAST exarou as seguintes normas:
Em cumprimento do cânon 1262, estabelece-se que o auxílio dos fiéis para as necessidades da Igreja seja especialmente feito com as colectas dos domingos e festas de preceito, e com os emolumentos determinados (Directório Pastoral 529,1).
Todos os cristãos e catecúmenos têm obrigação de prestar a sua contribuição para a evangelização, o que será individual e a começar para cada um aos 14 anos (ib 530). Trata-se da chamada CÔNGRUA ou contributo da fé.

Os cristãos e catecúmenos pagarão uma contribuição anual correspondente a um dia de trabalho para os adultos e, para os restantes, consoante às suas possibilidades. Tal contribuição poderá ser entregue em dinheiro ou em géneros, segundo o preço corrente na região (ib 531). Deixa-se às Dioceses a regulamentação desta contribuição.
Pela fiel observância destas normas da parte dos nossos cristãos sem excepção, teremos dado um passo à frente no caminho do auto-sustento da nossa Igreja. No entanto, além dessa contribuição que nunca deverá faltar, é oportuno que haja iniciativas particulares nas dioceses como nas paróquias, envolvendo nelas, além do pessoal missionário, os leigos empenhados na vida das comunidades, sobretudo se preparados em assuntos que dizem respeito a finanças e economia.
Procure-se que haja recursos materiais como fazendas, terrenos, imóveis, fundos bancários, etc. que, se forem bem geridos, poderão tornar-se fontes de receitas para a manutenção das obras diocesanas e paroquiais. No entanto, será preciso que pessoal do Clero como do Laicado assuma e administre com diligência e a devida competência esses recursos e elaborem planos concretos que visem a melhoria da situação financeira das comunidades.
Irmãos, segundo a passagem bíblica citada no começo desta Mensagem é a Deus que honramos quando cumprimos o dever de partilha dos nossos bens a favor da Comunidade. Para o Apóstolo Paulo é um verdadeiro serviço de fé, de caridade e como que um acto de culto de louvor e de acção de graças a Deus. Por isso, assim exorta os seus fiéis e a nós também:
«Cada um dê como dispôs em seu coração, sem tristeza nem constrangimento, pois DEUS AMA A QUEM DÁ COM ALEGRIA. E Deus tem poder para vos cumular de toda a espécie de graça para que, tendo sempre e em tudo quanto vos é necessário, ainda vos sobre para as boas obras de todo o género» (2Cor 9,7-9).

Enfim, queridos irmãos, enquanto vos encorajamos a um empenhamento ainda maior no nosso projecto comum de alcançarmos a auto-suficiência da Igreja, imploramos sobre todos vós a bênção de Maria Santíssima, Nossa Padroeira.

Deus abençoe Angola e São Tomé e nos conserve a paz!

Luanda, 19 de Março de 2006

Os Bispos Católicos de Angola e São Tomé

Responsab: Secretariado de Pastoral da CEAST

P. Pedro Gabriel Tchombela

22.Março.2006

terça-feira, março 14, 2006

Bispos Católicos começam Assembleia amanhã 15/03/2006

A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) começa amanhã dia 15 de Março a sua primeira Assembleia Ordinária de 2006.O tema central da Assembleia será “O Plano Pastoral 2006 – 2008”. Os Bispos de Angola e São Tomé já se encontram em Luanda. Está ausente (fora do País) apenas Dom Zacarias Kamwenho, Arcebispo do Lubango. Cada Bispo diocesano partilhará a experiência da sua Diocese da vivência do tema do Kerigma (anúncio de Cristo), tema vigente neste ano pastoral de 2006.

Constam ainda na agenda de trabalho dos Bispos:
A incidência do resumo do Catecismo da Igreja Católica;
O agudo tema da auto-sustentabilidade da Igreja;
A avaliação dos Encontros das Conferências Episcopais dos países lusófonos;
A análise da situação da Diocese de Cabinda;
A situação dos Seminários;
A preparação da plenária dos Bispos da África Austral (IMBISA) que se realizará em Angola em 2007;
A partilha sobre o Encontro da UAC realizado em Janeiro de 2006;
A pastoral carcerária e as capelanias militares;
A participação de Angola e São Tomé no Encontro Mundial das famílias com o Santo Padre (em Valência, Espanha, Julho próximo)
A situação da Rádio Ecclesia após a Lei de Imprensa
Entre outros.

Ainda dia 18 os Bispos concelebrarão juntos a Eucaristia da Abertura do Ano Académico da Universidade Católica de Angola e depois visitarão o edifício‑sede da Universidade no Bairro do Palanca. No dia seguinte, viverão juntos a Eucaristia do dia da Reconciliação Nacional numa das Paróquias de Luanda a ser indicada.

O Encontro termina dia 22 de Março e prevê-se uma Mensagem pastoral final.

Pelo Secretariado de Pastoral da CEAST
- Padre Pedro Gabriel Tchombela