terça-feira, novembro 22, 2005

Comunicado da CEAST no termo da II Assembleia Plenária

Texto integral do comunicado da Assembleia Plenária da CEAST – publicado no Jornal Apostolado aos 18.11.2005 no termo da II Assembleia Plenária da CEAST

O período inicial da primeira sessão foi preenchido com o discurso de abertura do Vice-Presidente da CEAST, D. Gabriel Mbilingi, Bispo de Lwena, que presidiu à Assembleia, na ausência do presidente, por motivo de doença. No seu discurso, D. Gabriel Mbilingi saudou os dois novos membros da Conferência: D. Mário Lukunde, Bispo de Menongue e Dom Almeida Kanda, Bispo de Ndalatando.
Os bispos foram informados, sumariamente, sobre a XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que decorreu em Roma no mês de Outubro dedicado à Eucaristia, Pão Vivo para a paz do mundo, por D. Gabriel Mbilingi, Bispo do Lwena e delegado da CEAST no Sínodo. A temática consigna proposições que serão públicas oportunamente.
D. Benedito Roberto, Bispo de Sumbe e delegado da CEAST para a IMBISA, apresentou o relatório do 42º Conselho Permanente daquele órgão e informou que foi recebida com satisfação a decisão da CEAST acolher a plenária da IMBISA no ano 2007.
Com a finalidade de informar o Episcopado sobre o funcionamento dos serviços e movimentos que dirigem, estiveram presentes, os senhores padres, Argemiro Geraldo, cssp., Procurador da CEAST e Jardim, sj., Director Nacional do Apostolado da Oração.
A Assembleia recebeu ainda a nova Junta Directiva da USMIRFA do CSMIRMA, num encontro de comunhão e renovado compromisso na missão.
A Assembleia saudou em comunicado de imprensa o 30º Aniversário da Independência Nacional.
A Assembleia designou D. Zacarias Kamwenho para representar a CEAST no Acto Central das Comemorações do 30º Aniversário da Independência, dia 11, na Cidadela Desportiva, em Luanda.
A Conferência deslocou-se em peregrinação a Mbanza Kongo, para ali, sede da primeira diocese de Angola, celebrar os trinta anos de Independência Nacional.
A Assembleia aprovou a Mensagem Pastoral sobre as eleições: "O desafio das próximas eleições em Angola".
A Assembleia aprovou o guião do Plano Pastoral Nacional para o triénio 2006-2009. O qual fica assim escalonado:

2006: Duc in altum in docendo;
2007: Duc in Altum in santificado;
2008: Duc in Altum in regendo.

A Assembleia aprovou, na generalidade, o regulamento da Comissão Episcopal para o Ecumenismo, o decreto que cria o Instituto Superior João Paulo II, com as licenciaturas em Serviço Social e Ensino de Educação Moral e Cívica.
A Assembleia aprovou a constituição do Gabinete de Imprensa criado na Assembleia Extraordinária de 10 de Outubro passado e nomeou como seu director o Rev. Padre Dr. José Manuel Imbamba. Integram ainda este Gabinete os Revs. Padres António Jaca, svd e Maurício Kamutu, cssp.
A Assembleia aprovou os princípios gerais para a participação do clero no ensino de modo a salvaguardar o serviço pastoral nas paróquias e a comunhão no presbitério. Foi igualmente estudada a questão urgente da segurança social do clero.
A Assembleia lançou um olhar sobre a vida económica do país. Nota com satisfação os sinais de estabilidade económica e de relançamento da economia. Apela, porém a maior atenção aos aspectos éticos do desenvolvimento, devendo-se cuidar a justiça económica, prevenindo-se assim assimetrias no nível de vida dos cidadãos e nas oportunidades de negócios.
A Assembleia considera oportunas emendas ao projecto de lei de Imprensa de modo a ajustá-la à sociedade democrática que estamos a edificar.
A Assembleia encarregou uma Comissão, coordenada por D. Gabriel Mbilingi, de aprofundar a questão da pastoral (capelania) nas forças de ordem e Segurança. A questão deverá ser tratada junto dos órgãos competentes do Estado.
A Assembleia recebeu a visita do Sr. Vice-Ministro da Educação, Prof. Dr. Mpinda Simão, com quem abordou em ambiente cordial o funcionamento do protocolo CEAST-ME, a necessidade de mais escolas do ensino médio; a reforma educativa; a educação sexual nas escolas e o HIV- SIDA e a formação de professores e a colocação dos professores das escolas católicas.
A Assembleia analisou e aprovou o Relatório de Contas referente ao exercício de 2004 e o Orçamento do Secretariado Geral da CEAST para 2006, tendo ainda se dedicado ao estudo de formas de auto- sustentabilidade com o apoio de técnicos do ramo.

Luanda, 16 de Novembro de 2005.

Ouve-se a voz da Rádio Ecclesia em toda a Angola através da Rádio Vaticana

Voltamos à notícia que acenamos no dia 17 sobre a possibilidade de se escutar a voz da Rádio Ecclesia em toda a Angola através da ádio Vaticana. E citamos o Jornal Apostolado da CEAST de 17 de Novembro, em online:

RÁDIO ECCLESIA EM ONDAS CURTAS NA RÁDIO VATICANA
Um comunicado da sua direcção enviada hoje ao Apostolado anunciou a notícia, especificando que a experiência começou a partir do corrente mês sem precisão de data.
O comunicado convida os ouvintes a escutar as «notícias da Rádio Ecclesia sobre Angola pelas antenas da Rádio Vaticana, em ondas curtas (SW) aos 19, 22, 25 e 31 metros».
Essas emissões vão ao ar «todos os dias às 19 horas e às 6 horas e 30 minutos», acrescenta o convite.
A experiência ora anunciada contorna em certa medida a polémica questão das emissões da Ecclesia em ondas curtas, radicada no monopólio público legal desta modalidade de transmissões do sinal radioeléctrico em Angola.
Em virtude da sua condição anterior, a Ecclesia obteve uma formal derrogação especial do ministério da tutela aos 18 de Novembro de 1993. Desde então, contudo, a direcção da emissora católica andou a esbarrar com uma oposição não declarada do Estado angolano em efectivar esta prerrogativa.

Tomada de Posse de Dom Almeida Kanda, 20.11.2005

Dom Almeida Kanda (que foi Vigário Geral do Uíje), nomeado Bispo de Ndalatando por Bento XVI aos 23/07/2005 e Sagrado no Uíje aos 23/10/2005 tomou posse no Domingo passado, anteontem, 20/11/2005 na Diocese de Ndalatando. As Cerimónias de Tomada de posse e da Eucaristia passaram-se campalmente defronte da Igreja Catedral na Cidade de Ndalatando. Diga-se que na Véspera tinham chegado em Ndalatando os Bispos de Uíje, de Mbanza Kongo, de Menongue, de Lwena e de Malanje, Dom Francisco da Mata Mourisca, Dom Serafim Shingo ya Hombo, Dom Mário Lukunde, Dom Gabriel Mbilingi e Dom Luís Maria, respectivamente, que acompanharam Dom Almeida Kanda. Na Cerimónia esteve também presente o Bispo Cessante, Dom Pedro Luís Scarpa, os Sacerdotes da Diocese de Ndalatando e muitos outros vindos de Luanda, de Uíje, de Malanje, de Huambo, Religiosos e religiosas, os leigos da Diocese, etc.
Na sua homilia, Dom Almeida Kanda apresentou o seu programa episcopo-pastoral como sua linha de acção na condução da grei de Ndalatando em 3 pontos:
Primeiro: Tudo para todos;
Segundo:Construir a Igreja
Terceiro: Viver comprometido com a radicalidade evangélica.

Tudo para todos: Como intenção do seu sim a Deus e ao povo, Dom Kanda, dirigindo-se ao povo, lembrou-lhe a passagem veterotestamentária: "Escolhei hoje a quem quiserdes servir" - Sei que o povo de Deus de Ndalatando comigo à frente - continuou - escolherá servir ao Senhor. O Bispo se comprometeu a vir a ter especial atenção pelos pobres, pequeninos e abandonados pelos homens. E pediu a todos a corresponsabilidade.

Construir a Igreja: Citando 1Cor 3, 9, o Bispo disse que a Igreja era um edifício em construção. Cristo que a fundou, deixou-a inacabada e à construção dos homens. E isso exige - disse - a que todos (clérigos e leigos) tomem a consciência de ser Igreja e construtores do Reino.

Viver comprometido com a radicalidade evangélica: Jesus não fundou o Cristianismo como uma religião de museu, num conservadorismo inerte, mas uma religião de revolução e libertação dos homens em cada momento histórico.

As Cerimónias que começaram pelas 9 horas tiveram a duração de 3 horas.

Redactou
Pe. Pedro Gabriel Tchombela
Pastoral da CEAST

O desafio das próximas eleições em Angola

O DESAFIO DAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES EM ANGOLA

(Mensagem Pastoral dos Bispos de Angola
aos cristãos e a todo(a)s Angolano(a)s de boa vontade)


A todos saudamos e convidamos a partilhar connosco a alegria no Senhor pela celebração dos 30 anos da nossa Independência.

1. IGREJA E A POLÍTICA
“Conhecedora da humanidade, a Igreja, sem pretender de modo algum imiscuir-se na política dos Estados, ‘tem apenas um fim em vista: continuar, sob o impulso do Espírito Consolador, a obra de Cristo vindo ao mundo para dar testemunho da verdade, para salvar, não para condenar, para servir, não para ser servido? (GS, 3, 2). Fundada para estabelecer já neste mundo o reino do céu e não para conquistar um reino terrestre, a Igreja afirma claramente que os dois domínios são distintos, como são soberanos os dois poderes, eclesiástico e civil, cada um na sua ordem. Porém, vivendo na história, a Igreja deve ‘estar atenta aos sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho’ (GS, 4, 1). Comungando nas melhores aspirações dos Homens e sofrendo de os ver insatisfeitos, deseja ajudá-los a alcançar o pleno desenvolvimento e, por isso, propõe-lhes o que possui como próprio: uma visão do Homem e da Humanidade” (PP, 13).
Certamente, pois, não compete à Igreja indicar as soluções técnicas para os graves e complicados problemas sociais, políticos e económicos. Mas, perita em humanidade, a Igreja é impelida necessariamente a alargar a sua missão religiosa aos vários campos em que os homens e as mulheres desenvolvem as suas actividades em busca da felicidade, sempre relativa, que é possível neste mundo, em conformidade com a sua dignidade de pessoas (João Paulo II, SRS, 41). A Igreja não opta por nenhum partido político, mas chama a atenção para que toda a política seja conduzida para o bem de todos, sobretudo dos mais desfavorecidos. Por isso, queremos dirigir-vos, caríssimos irmãos e irmãs, uma palavra breve sobre o desafio das próximas eleições, assinalando sobretudo alguns aspectos que nos parece fundamental ter presentes considerando não só as expectativas mas também as tensões, os medos e os excessos que caracterizam semelhantes momentos.

2. IMPORTÂNCIA DAS ELEIÇÕES E VALOR DO VOTO

As eleições devem permitir que o povo escolha as pessoas e os programas que considere mais bem indicados para a governação durante determinado período, tanto a nível dos órgãos centrais do Estado como a nível local. Daí a necessidade de eleições locais e autárquicas, cuja importância queremos sublinhar aqui. Todas elas permitem que o povo participe na vida da Nação de uma maneira cada vez mais plena.
Por isso, o voto de cada um tem um valor muito alto: ele pode ajudar tanto a escolher as soluções mais convenientes como a fazer as escolhas mais infelizes. Tudo depende da qualidade do voto.

3. ELEIÇÕES COM LIBERDADE E TOLERÂNCIA

Para realizarem eleições justas, os cidadãos precisam de liberdade. Só assim terão a consciência tranquila para colocarem o seu voto nas pessoas, nos partidos e nos programas de governação que a cada um parecem melhores. A liberdade desta escolha deve ser respeitada como direito sagrado de todo o cidadão, sem aliciamento de espécie alguma. Também por isso, o voto é individual e secreto.
Esta liberdade, no entanto, supõe que haja tolerância: o facto de alguém ser de um partido diferente ou de defender ideias também diferentes não significa que seja inimigo. Devemos, sim, respeitar-nos uns aos outros e nunca prejudicar ninguém. E assim, se for necessário, procuremos viver os nossos conflitos pelo diálogo e pela mediação. No caso de estes meios não resultarem, depositamos a nossa confiança na isenção dos órgãos judiciais para resolver qualquer pendência. Para isso, recomendamos aqui o mandamento do amor, que recebemos do Senhor: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

4. ELEIÇÕES COM TRANSPARÊNCIA

Sabendo que uma das razões dos conflitos eleitorais são as desconfianças sobre a existência de processos viciados e de fraudes, manda a prudência que tudo deve ser feito com transparência. Por isso, pedimos e esperamos de todos os intervenientes na condução do processo um esforço desinteressado, imparcial, democrático e favorável à paz. Em síntese, as eleições devem ser livres e justas. E, para isso, devem ser imparcialmente esclarecidas. Mas não o poderão ser, sem uma informação suficiente e pluralista. Donde a exigência democrática de liberalizar os meios de comunicação social. Rogamos a Deus, Verdade Suprema, para que todos nos deixemos iluminar pelo Espírito da Verdade.

5. SOBRE OS RESULTADOS DAS ELEIÇÕES

Desta maneira ficarão limpos de toda a mancha aqueles que vencerem, e aceitarão pacificamente os resultados aqueles que não tiveram vencido. As divergências a este respeito sejam resolvidas através dos meios legais e políticos – nunca fora deles – e tenha-se em conta não o interesse individual ou de grupo, mas o de toda a Nação Angolana, sobretudo dos mais fracos e pobres, que são a maioria da população, desejosa de paz. Assim, demonstraremos a nós mesmos e ao mundo a nossa maturidade. Por isso, insistimos que as eleições devem ser sempre em vista do maior bem para todos. Quem as vence assume a responsabilidade de cumprir o que prometeu e mesmo de fazer mais e melhor do que prometeu. E quem as não vencer, aceite o exercício da oposição, como um serviço insubstituível em todo o regime democrático.

6. PRÓXIMAS ELEIÇÕES: UM GRANDE DESAFIO

Muito desejamos que estas nossas palavras de Pastores da Igreja ajudem os ânimos para a boa condução de todo o processo das próximas eleições. Reconhecemos que a perspectiva das próximas eleições constitui para muitos angolanos motivo de inegável apreensão, devido à tragédia subsequente às primeiras eleições. É papel de todos os políticos restaurar a confiança nas eleições democráticas, o que já começou a acontecer com a sua maior maturidade política, com a unificação dos dois exércitos antagónicos, com o seu compromisso de paz até agora fielmente observado, com o desarmamento em curso, e outras razões congéneres.
A vós, filhos e filhas católicos, militantes dos diferentes partidos políticos e com responsabilidades no Estado, exortamos, de uma maneira particular, a manter, com firmeza e sem tibieza, viva a nossa fé e actuantes as vossas convicções cristãs, pois grande influência podeis ter em todo este processo.

7. ELEIÇÕES COM ESPERANÇA E CONFIANÇA

“ Se trabalhamos e lutamos, é porque colocamos a nossa esperança no Deus vivo, Salvador de todos, mas sobretudo dos que têm fé” (1Tim. 4, 10). É com esta fé que convidamos todos a renovar a nossa confiança e a olhar o futuro com optimismo, pois muito esperamos que as próximas eleições venham a contribuir para melhorar as condições de vida do Povo angolano.
Que o Imaculado Coração de Maria, Padroeira de Angola, nos conceda uma Paz duradoira no Amor e na Justiça.

Luanda, aos 15 de Novembro de 2005

Os Bispos Católicos de Angola

quinta-feira, novembro 17, 2005

Jornadas da CEAST e fim dos trabalhos da II Assembleia

Dentro da sua IIª Assembleia Ordinária, Domingo passado, dia 13, a CEAST, numa delegação de uma centena e meia de delegados e convidados, se deslocou a Mbanza-Kongo, sede Episcopal de Dom Serafim Shingo ya Hombo para a Celebração do Centenário da Sé Catedral e Acto Central Eclesial dos 30 Anos da Independência de Angola.
Presidiu à Eucaristia o Núncio Apostólico, Dom Angelo G. Becciu e foi orador o Arcebispo do Lubango, Dom Zacarias Kamwenho, que no agradecimento do dom da fé acolhido por aquela parcela do território em primeira mão, no século XV, falou também do grande empenho da reconstrução de Angola nesta era de Paz. E próximos das eleições, chamou a todos à responsabilidade e à luta pela democracia e respeito pelas liberdades.

Na Segunda-Feira a CEAST retomou os trabalhos da 2ª Assembleia que terminaram ontem, 4ª feira. E hoje se realizou uma conferência de imprensa para a publicação das conclusões do Encontro. Além de outros trabalhos e decisões de carácter interno da CEAST, os prelados lançaram uma mensagem pastoral à nação intilulada "O desafio das próximas eleições em Angola" que noutro título (a seguir) apresentamos na íntegra.

Ainda na Conferência de Imprensa de hoje, foi comunicada a criação do Gabinete de Imprensa da CEAST. Foi nomeado seu presidente o Pe. Dr. José Imbamba que será ajudado directamente pelos Padres Jaka, SVD e o Pe. Maurício Kamutu, Espiritano.

A Rádio Eclesia noticiou hoje que a Rádio Vaticana a partir de hoje retransmitiria em Ondas curtas os programas da Rádio Ecclesia. Apontou uma das horas, 6.30 da manhã e 19, tempo de Angola. O recurso à Rádio Vaticana justifica-se pela dificuldade da difusão da voz da Ecclesia por todo o país, por impedimento do Governo de Angola. Esta notícia tornaremos a aprofundá-la nas próximas informações bem como o fornecimento dos canais de sintonização.

Paralelamente à conferência de Imprensa, hoje começaram as jornadas de trabalho de reflexão sobre a Cultura na perspectiva da Feitiçaria. O Encontro foi promovido pela CEAST e está a ser realizado pela ComissãoEpiscopal de Liturgia e Cultura com o apoio do Governo Central e de Luanda. Está-se a refletir sobre "os desafios da feitiçaria na promoção humana e na evangelização de Angola". O Encontro não pretende esgotar a questão, porque o tema se por um lado é obscuro, por outro é pontiagudo. Os participantes e expositores dos temas querem sim oferecer à sociedade uma visão da questão; aos académicos uma comichão intelectual; aos juristas e legisladores um material; e aos pastores um confronto directo da questão com o Evangelho. Decerto, semanas sobre a questão se seguirão.
É que em Angola, o fenómeno está a chegar a tais dimensões que inclusive as crianças de tenra idade são acusadas de feitiçaria e quantas vezes não são mortas e ou abandonadas pelos próprios pais. E, pior, elas confirmam serem feiticeiras, porque assim se lhes incutiu na consciência!!! E quantos pais não não mortos a paulada pelos próprios filhos, porque suspeitos de feiticeiros?! Hoje falaram Pe. Dr. André Lukamba, da Arquidiocese do Huambo, sobre "Fé e Cultura" e o Pe. Pedro Lufune, de Benguela, sobre "os desafios da inculturação, na base da Incarnação e da Redenção". Os temas foram seguidos de debates. E ainda à tarde se abriu um ondjango onde alguns peritos puderam oferecer à plateia os seus conhecimentos sobre o fenómeno da feitiçaria. A Rádio Eclesia transmitiu em Ditecto o evento.
O Estudo prossegue amanhã todo o dia para terminar no Sábado às 12 horas, momento em que os Bispos da CEAST partirão para Ndalatando empossar Dom Almeida Kanda, sagrado no Uíje dia 23 de Outubro.

Redactou:
Padre Pedro Gabriel Tchombela
ptchombela@hotmail.com
Director do Secretariado de Nacional Pastoral
e Coordenador do Secretariado da CEAST

quinta-feira, novembro 10, 2005

Comunicado da CEAST em prol dos 30 anos da Independência de Angola

C O M U N I C A D O

Amados cristãos,
Queridos compatriotas,

Reunidos em Luanda para a 2ª Assembleia Ordinária Anual, nas vésperas do dia sagrado da nossa Independência Nacional, saudamos jubilosamente o 30º Aniversário da independência de Angola.
A partir daquele onze de Novembro consagrou-se no Povo a consciência de ser ele mesmo, a consciência de ser Nação, com direito a um nome: Povo angolano” (F.E.2)
.
São trinta anos de um caminhar criança com as dificuldades de quem inicia, dificuldades de uma Nação em crescimento, trinta anos tocados de dor, de lágrimas e alegrias, mas, sobretudo, trinta anos carregados de muita esperança na terra que renasce e se reencontra nos seus filhos, unidos no querer ver Angola a crescer como Pátria unida, Pátria das liberdades, da justiça, da fraternidade e da paz.

Nas Vésperas de tão grande dia, inclinamo-nos perante a memória de várias gerações de Angolanos, que ofereceram generosamente a vida para que a nova Pátria nascesse e se consolidasse.

Passaram as coisas velhas” (Ap. 21,4). Agora, com confiança construamos a cidade dos homens sem exclusões e subalternizações políticas, económicas, culturais e regionais, sem a indiferença dos ricos perante a indigência dos pobres. Nesta hora repetimos o apelo por nós já feito por ocasião do 10º Aniversário da Independência: “ninguém se alheie ao desenvolvimento do País” (F.E. 15), Angola, “eu te ordeno: levanta-te e anda” (Lc. 5, 24; 7, 14).
Encontrando-nos todos em Luanda, amanhã, dia 11, dia da Independência Nacional, presidiremos à Eucaristia nas diferentes paróquias de Luanda para domingo, dia 13, nos deslocarmos todos a Mbanza Congo a fim de, naquelas terras, berço do cristianismo em Angola e sede da primeira Diocese do País, participarmos no Acto Celebrativo Nacional querido por esta Conferência, valendo-nos do encerramento das festas do Centenário da Igreja Catedral. Ali, onde os nossos antepassados deram o seu sim a Cristo, ali caminho do êxodo para a liberdade, rezaremos em memória de todos os construtores da Nação Angolana, os que tombaram nas várias lutas e os que hoje ainda lutam por uma Angola digna dos Angolanos.

Convidamo-vos, pois, amados diocesanos a acompanhar-nos nesta peregrinação unindo-vos assim, também vós, onde quer que vos encontreis, à oração dos vossos Bispos que se quer oração suplicante, laudativa e agradecida de Angola a Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, princípio e fim da história, o salvador do mundo.
Por intercessão do Imaculado Coração de Maria, Nossa Padroeira,

Deus abençoe a nossa Terra!
Deus abençoe Angola!
Feliz é a Nação Cujo Deus é o Senhor!

Luanda, 10 de Novembro de 2005

Os Bispos de Angola
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F.E.: Carta Pastoral dos Bispos de Angola e São Tomé FIRMES NA ESPERANÇA – Reflexão Pastoral após dez anos de Independência. CEAST 1986.

quarta-feira, novembro 09, 2005

A II Assembleia anual da CEAST começou hoje

A Conferência Episcopal de Angola e são Tomé – CEAST – está reunida desde hoje em sua 2ª Assembleia Geral Anual. Na agenda de trabalho constam os temas:

- O Estudo e aplicações do tema sobre o Kerigma (do 2º ano do triénio pastoral começado o ano passado);
- A reflexão sobre o pacote eleitoral, tendo em conta as eleições em Angola previstas para 2006;
- Os relatórios das Dioceses e o processo de Reconstrução Nacional;
- Os aspectos relacionados com a justiça económica;
- Os ecos da Jornada Mundial da Juventude na Alemanha;
- Sacerdotes e docência do ensino público;
- Ecos dos Bispos lusófonos do encontro realizado em Maputo;
- E o ponto de situação da Rádio Eclesia.

No fim dos trabalhos, além de outros pronunciamentos, a CEAST prevê publicar uma nota pastoral sobre as eleições de 2006

O Encontro terminará no dia 16 e nos três dias posteriores haverá reflexão sobre o fenómeno da feitiçaria (Encontro nacional que reunirá também presbíteros e leigos de todas as dioceses).

O Secretariado Nacional de Pastoral

segunda-feira, novembro 07, 2005

A Igreja de Angola celebra os 40 anos depois do Concílio Vaticano II

Em Luanda, a CEAST, Sacerdotes, Religiosos, Religiosas e leigos estão reunidos desde a manhã de hoje no Auditório da Universidade Católica de Angola (UCAN) para reflectirem sobre a caminhada da Igreja no Mundo, 40 anos depois que caiu o pano do Concílio Vaticano II. O Encontro foi preparado por peritos do Centro FÉ E CULTURA da UCAN, Centro de reflexão cristã cuja iniciativa e objectivo se estendem não só aos universitários como também ao público mais amplo, criando um diálogo e encontro de fé e cultura com a sociedade.
No período da manhã o Frei Luís França, dominicano, dissertou sobre o tema “O significado do Concílio Vaticano II para a vida da Igreja” e pela tarde, o Frei João Domingos, também dominicano, falou da “Igreja e da Sociedade à luz do Concílio Vaticano II”. Os temas foram seguidos de debates e partilha de experiência sobre a Igreja no mundo actual, tudo à luz dos novos ventos centrífugos que na década 60 do Séc. XX levaram a Igreja a abrir-se ao mundo e à renovação interna. O dia de hoje terminou com as Vésperas.
O Encontro prossegue amanhã com os temas de “Os Reflexos do Concílio Vaticano II na Igreja de Angola” , tema que será dissertado pelo Pe. Dr. André Lukamba, d”O lugar do leigo na Igreja -Visão do Concílio Vaticano II”, por Dr. António José de Oliveira e ainda d ”A vida Religiosa no Pós-Vaticano II” pela Irmã Domingas Luzia. O Encontro termina amanhã pelas 17 horas com a Celebração Eucarística.

Pe. Pedro Tchombela
- Pastoral - CEAST