segunda-feira, março 26, 2007

Conclusões da IIª Assembleia Nacional da PROMAICA

Com a Eucaristia presidida ontem pelo representante do Papa em Angola, Dom Ângelo Becciu, terminou a Segunda Assembleia Nacional da PROMAICA. Segue o texto das conclusões:

Realizou-se de 22 a 25 de Março de 2007, na Caritas Nacional de Angola, em Luanda, a IIª Assembleia Nacional da PROMAICA, presidida por Sua Excia Revma Dom José de Quirós Alves, Arcebispo do Huambo e Presidente da Caritas, ladeado por Sua Excia Revma Dom Zacarias Kamwenho, Arcebispo do Lubango, da Sra. Helena Júlia Fernandes, Secretária da Mesa da Assembleia e da Sra Rosália Nawakemba Saiákua, Presidente Nacional.

Participaram 26 Delegados vindos de 13 Dioceses e de uma Vigararia, com excepção de Cabinda, Menongue e Dundo. Também estiveram presentes 10 convidados vindos de Portugal, Lubango, Benguela, Malanje, Huambo e Luanda.
Durante os três dias de trabalhos foram analisados e debatidos vários temas, tendo-se chegado às seguintes conclusões:

1. Promover a nível de todas as Dioceses (Paróquias e Missões) a alfabetização conscientizadora, tendo em conta os principais problemas sentidos pelas mulheres nessas zonas, incluindo os que já foram levantados nessa assembleia, tais como:
a) Violência Doméstica (discriminação)
b) Aspectos negativos da tradição
c) Pobreza
d) Desemprego
e) Prostituição
f) Alcoolismo

2. Comprometer-se com todos os meios ao seu alcance e em parceria com todas as outras organizações, na prevenção do VIH/SIDA e também no repeito e cuidado daqueles que já estão infectados.

3. Dado o momento político que se vive na perspectiva das eleições nos próximos anos, a PROMAICA procurará os meios (formação e informação) para a intervenção activa de todas as mulheres no processo eleitoral.

4. Dadas as condições de solo e clima do nosso País, e tendo em conta que a maioria da população vive no meio rural, procurar desenvolver projectos de agricultura sustentável até chegar às pequenas indústrias transformadoras.

5. Melhorar a estrutura organizacional já existente na PROMAICA:
a) Liderança
b) Meios e técnica de comunicação interna e externa
c) Boletim informativo semestral
d) Elaboração de projectos
e) Recursos humanos e gestão financeira

Luanda, aos 25 de Março de 2007

OS PARTICIPANTES


Assinou o texto das Conclusões
O Presidente da Mesa da Assembleia

Dom José de Queirós Alves
Arcebispo do Huambo e
Presidente da Caritas Nacional

Acção da PROMAICA nas Dioceses (notícias curtas)

ONDJIVA

- Expansão da PROMAICA para as áreas rurais;
- Estatística de todas as mulheres da Igreja Católica em toda a Diocese;
- Participação activa na luta contra o analfabetismo, da 1ª a 4ª Classe;
- Sensibilização sobre os cuidados para com o HIV/SIDA e para os testes voluntários;
- Sensibilização das mulheres para o registo eleitoral;
- Participação nos encontros de reflexão com as mulheres namibianas;
- Visitas aos hospitais, cadeias e centros infantis;
- Visitas e apoio material e espiritual aos centros dos leprosos;
- Participação e realização de seminários de capacitação promovidos pelo Governo e ONGS;
- Cursos de formadores bíblicos e de catequese;
- Realização de Cursos profissioinais especialmente para mulheres.
- Abertura de uma lavra comunitária
A PROMAICA DO Cunene conta com 2.203 mulheres filiadas.

Por Guida Cardoso de M. Vatileni
Coordenadora

SAURIMO

- Campanhas de limpeza nos centros e na Igreja antiga;
- Visitas às comunidades do meio urbano e rural;
- Visitas aos doentes hospitalizados e dos domicílios;
- Apoio dos mais necessitados em vestuário e alimentação;
- Alfabetização das mulheres e homens nas comunidades;
- Reza do terço às 4ªs feiras nos centros durante os meses de Maio e Outubro;
- Mobilização e constituição da PROMAICA dos municípios, comunas e aldeias para o seu alargamento;
- Aquisição de lavras comunitárias;
- Realização de seminários sobre: higiene e saúde, educação alimentar;
- Retiros e palestras.

LWENA

- Actividades de promoção da mulher para se encontrar consigo mesma e com as outras;
- Promoção da Igualdade de género;
- Capacitação das mulheres na formação integral;
- Alfabetização;
- Formação para o corte e costura, culinária, decoração e pastelaria;
- Incentivo das mulheres para a agricultura a fim de se combater a pobreza;
- Realização de palestras sobre HIV/SIDA;
- Formação para liderança, recursos humanos e gestão financeira;
- Formação dos Direitos Humanos;
- Visitas à PROMACA das comunidades paroquiais e Missões.

MALANJE

- Constituição dos grupos de PROMAICA nas paróquias;
- Realização de palestras de prevenção de conflitos pós-eleitorais;
- Trabalho de levantamento dos problemas que mais afligem as mulheres na província;
- Celebração da Eucaristia no Dia Internacional da Mulher

Por Maria A. Ambrósio
Secretária

LUBANGO

- Alfabetização, costura e culinária;
- Visitas às cadeias e Lar da Terceira Idade;
- Promoção do Natal da Criança pela Quadra Festiva;
- Campanhas de prevenção da cólera;
- De 9 a 11 de Março de 2007 realizaram a Assembleia Arquidiocesana da PROMAICA.

Por Florinda Lukanda Tomás
Coordenadora

MBANZA KONGO

- Encontros semanais de reflexão;
- Formação de líderes da Promaica;
- Estudo dos temas do papel da Mulher na sociedade e do reforço político da mulher no processo eleitoral;
- Alfabetização, costura;
- Incentivo da mulher à Agricultura;
- Visitas aos centros prisionais;
- Sensibilização da população para se diminuir a violência doméstica.

Por Maria Kitemoko
Coordenadora

UÍJE

- Encontros semanais de reflexão
- Capacitação de líderes;
- Troca de experiências com outros grupos;
- Formação sobre a Economia doméstica;
- Alfabetização;
- Visitas aos lares dos casados e não casados;
- Visitas aos doentes dos hospitais, aos prisioneiros, às crianças rejeitadas pelos familiares, levando-lhes bens alimentares;
- Visitas de ajuda à PROMAICA dos municípios.

HUAMBO

- Visitas aos reclusos;
- Plantação de árvores nos municípios de Caála com a participação de 250 mulheres;
- Acompanhamento de famílias vulneráveis, carentes, doentes e em óbitos;
- Acampamentos nas Paróquias de Calomanda, Santo António, Canhe, Centro do Bom Pastor;
- Palestras sobre alembamento, feitiçaria, violência e género, a mulher angolana e a sua saúde;
- Campanhas de limpeza e visitas aos hospitais central e Sanatório;
- Visitas aos municípios e acompanhamento dos cursos de culinária e alfabetização: Longondjo; Ukuma, Kachiungo.

Por Filomena Pindali Nangumbe
Coordenadora


KWITO-BIÉ

- Cursos de Alfabetização: Bié possui 154 centros (58 no Kwito, 20 em Kamakupa, 9 em Katabola, 39 em Kunhinga e 9 em Andulo, entre outros). Este ano matriculou quase 14.000 alunos entre homens e mulheres;
- Promoção de cursos de costura, culinária, medicina natural, formação de parteiras tradicionais, género, cidadania, etc.
- Acções de micro-crédito para o fim de estabilizar a vida económica das famílias;
- Conta com 4 lavras comunitárias situadas em Kamakupa, Katabola, Cunhinga e Andulo;
- Desenvolve um programa de desenvolvimento rural e de agricultura sustentável;
- Protege e conserva alguns poços e nascentes de água para o uso da população;
- Trabalha no projecto de construção de latrinas para a população
- Promove encontro de educação para a prevenção do HIV/SIDA.

sexta-feira, março 23, 2007

As Mulheres na Igreja Católica de Angola apostam na Alfabetização e na Agricultura

O Pe. Marcelo Ciavatti foi o orador do tema sobre Alfabetização, ontem. Baseou-se no método Slesiano Dom Bosco que em 10 anos de serviço em Angola já tem 2000 professores e 25.000 alunos. Conta com sete prémios, dos quais 4 nacionais, 2 provinciais e 1 honroso.
O Sacerdote salesiano incentivou as mulheres a recorrerem aos postos de Alfabetização nas Dioceses, às livrarias dos salesianos e suas casas e comunidades para a aquisição do material, para o educando e o educador, que já está produzido em várias Disciplinas de estudo a fim de favorecer a rápida aprendizagem de ler, escrever e raciocinar.

A PROMAICA reunida reflectiu também ontem sobre a necessidade de incremento da agricultura numa Angola hídrica e fértil em quase todos os seus paralelos. Nas zonas rurais onde não chega com facilidade os fertilizantes, as mulheres aprenderam a usar os excrementos de animais, a cinza e outros resíduos caseiros para devolver à terra a força de produzir alimentos.

Edição do Secretariado da CEAST
Pe. Pedro Tchombela


TESTEMUNHOS DE BENGUELA E SUMBE SOBRE A PROMAICA NA VIDA SOCIAL DAS COMUNIDADES:

Benguela

- A Direcção tem visitado e sensibilizado a PROMAICA das áreas onde ainda não é bem conhecida;
- Tem efectuado visitas de constatação e de apoio metodológico às paróquias, Missões e Centros do litoral e do interior da Diocese

Principais áreas da intervençao da PROMAICA de Benguela:
- Formação de líderes e animação de grupos através de temas relacionados com a vida real e exercícios de auto-conhecimento;
- Realização de cursos de culinária com o objectivo de aperfeiçoar a confecção de alimentos e em alguns casos, garantir o emprego;
- Criação de centros de costura em algumas paróquias;
- Sensibilização e Acompanhamento aos grupos de alfabetização espalhados por diversas paróquias;
- Sensibilização das mulheres e das Comunidades em geral, sobretudo os jovens, sobre a prevenção do HIV/SIDA.
Testemunho da Sra. Isabel Nandenga Lucas Caldeira

Sumbe
- Tem efectuado visitas mútuas de algumas comunidaes da PROMAICA;
- Tem realizado a formação sobre género e liderança participativa em algumas paróquias;
-Tem cursos de culinária, corte e costura;
- Tem intensificado a abertura de centros de formação nas Comunidades;
- Tem visitado o Lar da 3ª idade, proporcionando aos velhos apoio de alimentos;
- Apostou na formação sobre projectos comunitários;
- Tem feito sessões sobre a prevenção do HIV/SIDA.
- A PROMAICA do Sumbe tem participado nas actividades alusivas ao Dia Internacional da Mulher.
Testemunho da Sra Laura Duva

quinta-feira, março 22, 2007

A PROMAICA realiza a sua IIª Assembleia Nacional em Luanda

A PROMAICA (Promoção da Mulher Angolana na Igreja Católica) está reunida desde hoje em sua Segunda Assembleia Anual na Caritas Nacional, em Luanda.
Preside à Assembleia Sua Excelência Reverendíssima Dom José de Queirós Alves, Arcebispo do Huambo e Presidente Nacional da Caritas. Estão ainda Presentes na Assembleia Dom Zacarias Kamwenho, Arcebispo do Lubango, e Dom Anastácio Kahango, Bispo Auxiliar de Luanda.
Além da Direcção Nacional da PROMAICA, Presidida pela Senhora Rosália Nawakemba Saiakua, co-fundadora da PROMAICA ao lado do Bispo de Benguela, Dom Óscar Lino Lopes Fernandes Braga, em 1990, estão as delegadas (e convidados) das Dioceses de Benguela, Huambo, Lwena, Lubango, Malanje, Mbanza Kongo, Ondjiva, Kwito-Bié, Ndalatando, Uíje, Saurimo, Malanje, Luanda e as representantes da zonas de Norte, Sul, Centro e Leste de Angola e ainda uma Senhora convidada vinda de Portugal a propósito da Assembleia. Das Direcções Nacionais e Provinciais da Família e Promoção da Mulher, convidadas, estão presentes as representantes de Benguela e Huambo.

No primeiro dia, hoje, pela manhã, em sessão de abertura, a PROMAICA teve a Eucaristia, presidida pelo Bispo Presidente Nacional da Caritas, e os trabalhos de grupos sobre a “Análise da situação da Mulher nas Dioceses/Províncias: levantamento dos principais problemas, desafios e expectativas” e, pela tarde, o tema sobre o "HIV/SIDA, o que fazer para diminuir o risco e a vulnerabilidade das mulheres”.
Amanhã vão reflectir sobre a “Alfabetização” e o desenvolvimento comunitário, sobretudo no campo da agricultura. No Sábado as mulheres vão reflectir sobre “ a Mulher e o processo eleitoral”.

Salienta-se que, desde o seu nascimento em 1990, a PROMAICA permaneceu na Diocese de Benguela até 1996. E a partir desse ano começou a difundir-se por todas as Dioceses de Angola (menos Cabinda) e ainda pela Namíbia, República Democrática do Congo e Portugal.

A PROMAICA trabalha nos campos da formação, especialmente da Mulher, em todas as dimensões desde à alfebetização aos cursos profissionais, à liderança de grupos, etc. Em 16 anos de existência já alfabetizou cerca de 15.000 Mulheres, 9.000 Homens, e ministrou cursos diversos a cerca de 10.000 pessoas entre Homens e Mulheres. Além disso, trabalha em diversos projectos de melhoramento da situação social especialmente das Mulheres desde o ambiente rural ao citadino.
Realizou 7 Assembleias diocesanas e duas Nacionais, a contar com esta.

A Assembleia termina no Domingo com a Eucaristia às 11 horas na qual serão lidas as Conclusões finais.

Edição do
Secretariado da CEAST

domingo, março 18, 2007

Dom Manuel Santos, novo Bispo de São Tomé, tomou posse hoje (18.03.2007)

Além de Dom Abílio Ribas, Pastor da Diocese até 1 de Dezembro de 2006, e de outras entidades e fiéis da Diocese, esteve presente também o Núncio Apostólico em Angola e São Tomé, Dom Angelo Becciu.

Padre Fernando Paulo da Costa, do Clero Diocesano de Benguela e Missionário em São Tomé e Príncipe (no cargo de Reitor do Seminário Médio de São Tomé, além de outras ocupações pastorais na Diocese) oferece ao Blog do Secretariado de Pastoral da CEAST a seguinte reportagem:


"Dom Manuel António Mendes dos Santos tomou posse neste IV Domingo da Quaresma, 18 de Março de 2007, como Bispo da Diocese de São Tomé, na Missa campal que teve lugar frente à Igreja da Sé Catedral e que contou com a presença do até então Bispo titular, Dom Abílio Ribas, do Núncio Apostólico em Angola e São Tomé e Príncipe, Dom Ângelo Becciu, de sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos, autoridades civis, Corpo Diplomático acreditado no país e outras delegações de Portugal e de Angola.
Na sua homilia, o novo Bispo de São Tomé destacou o serviço do seu predecessor durante os 22 anos que esteve à frente da Diocese, pedindo a Deus a recompensa pela sua obra, à qual se propõe continuar, contando, para isso, com a colaboração de todos, em especial dos sacerdotes, membros dos Institutos Religiosos, movimentos eclesiais, catequistas...
"Quanto ao projecto que traz para a Diocese, Dom Manuel António destacou 'ouvir as pessoas, tentar conhecer a situação social e religiosa da Diocese, perceber os desafios que se apresentam à Igreja no momento actual e as respostas mais convenientes a dar'. Nesta base, adiantou alguns campos de acção que considerou prioritários na sua missão: anúncio e celebração da fé (formação de líderes evangelizadores, de comunidades de base, estudo e divulgação da Bíblia, catequese nas suas várias formas e etapas...), a pastoral vocacional, pois São Tomé já não é apenas 'terra de missão, mas também Igreja missionária'. O novo Bispo quer ainda dar atenção especial à juventude, à família e à criança, pretendendo ser um 'pastor dedicado, humilde e zeloso', colocando como modelo diante de si Santo António Maria Claret, fundador da Família Religiosa à qual pertence e que também foi escolhido para Bispo de uma Ilha (Cuba) à semelhança de São Tomé e Príncipe.
"A celebração foi vivida com muita fé e entusiasmo, sinal de alegria e comunhão de todos os participantes com o seu novo Pastor".

Edição de
Pe. Fernando Paulo da Costa
a partir da Diocese de São Tomé

quarta-feira, março 14, 2007

A Diocese de Benguela está de luto

Benguela perdeu ontem mais um sacerdote. Padre João Evangelista Tomás Mutali, até ontem, 14.03.2007, Reitor do Seminário Médio do Propedêutico à Filosofia, foi vítima de doença em Benguela. Mais informações veja www.benguela.blogspot.com

O Secretariado de Pastoral
CEAST

terça-feira, março 13, 2007

Homilia de Dom Francisco da Mata Mourisca na apresentação de Dom Emílio Sumbelelo, Bispo Coadjutor do Uíje

BEM-VINDO, DOM EMÍLIO!

Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor (Mt. 21, 9)

Excelências Reveredíssimas: Sr. Núncio Apostólico, Sres Arcebispos e Bispos;
Reverendos Padres e Pastores;
Excelências: Sr. Governador e Vice-Governadores do Uíje;
Distintas Autoridades Parlamentares, Ministeriais, Judiciais, Militares e Partidárias;
Caríssimos irmãos e irmãs;
Querido Povo de Deus:

A todos vos saúdo cordialmente e a todos vos convido para saudardes também comigo o protagonista deste dia, D. EMÍLIO SUMBELELO, o primeiro Bispo angolano nomeado para esta Diocese.

Meu caríssimo irmão no Episcopado, D. Emílio Sumbelelo, é com efusiva alegria que vos saúda esta festiva assembleia de Fiéis:
Saúdam-vos as crianças com o encanto do seu angélico sorriso; saúdam-vos os jovens com o sonho dos seus floreados ideais; saúdam-vos os casados com a felicidade da sua família santificada pelo Sacramento do matrimónio; saúdam-vos os pais com a apreensão preocupante sobre o futuro de seus filhos; enfim, saúdam-vos os velhinhos e os doentes que vêem na vossa bênção mais uma réstia de esperança.
Saúda-vos o Episcopado de Angola e de S. Tomé, aqui representado na pessoa de numerosos Bispos, para vos testemunharem a comunhão da sua colegialidade episcopal, com a qual podeis contar em quaisquer vicissitudes da vossa vida pastoral.
Saúda-vos toda a Diocese do Uíje, com todos os seus Fiéis, Clérigos e Leigos, sem esquecer o exército dos seus Catequistas, a quem tenho chamado e continuo a chamar os Comandos da Evangelização.
Saúda-vos Angola inteira, aqui honrosamente representada na pessoa dos distintos Magistrados da Nação. É que a nomeação dum Bispo não cabe nas dimensões duma sacristia. Embora essencialmente eclesial, este acontecimento tem vastos reflexos sociais. O Bispo não é chamado a exercer funções políticas, no sentido técnico do termo, mas é chamado a iluminar a política com a luz do Evangelho. E um Bispo que abdicasse deste dever atraiçoaria a sua missão.
Em último lugar, mas não em último grau, saúdo-vos eu mesmo, querido D. Emílio, que há 40 anos tenho a honra e o privilégio de ser o vosso precursor, qual outro João Baptista, enviado a preparar os vossos caminhos. E graças ao Senhor, posso afirmar que muitas vias foram terraplanadas. Mas tenho pena de vos dizer que não ficou tudo pronto. Ainda há curvas a endireitar, lombas a abater, e covas a colmatar. Desta maneira, não irei cair na presunção de pensar que fiz tudo, sem deixar nada que fazer ao meu sucessor.
Ao saudar-vos a vós, meu irmão D. Emílio, não posso deixar de saudar a vossa Diocese de origem, Benguela, e sobretudo o seu zeloso e dinâmico Bispo, D. Óscar Braga, pelo amor e abnegado zelo com que, durante anos, preparou a preciosa dádiva que a Diocese do Uíje hoje recebeu na pessoa do seu Bispo coadjutor.

Com especial deferência te saúdo a ti, ó querida Diocese de Uíje, que nesta esplêndida celebração inicias solenemente o teu noivado espiritual com aquele que me vai suceder no seu desposório espiritual contigo. Ele já recebeu e já usa o anel da sua fidelidade de Pastor, em cujas funções vem determinado a consumir a sua vida.
Minha amada Diocese do Uíje, na pessoa dos teus Padres, Catequistas e Fiéis-Leigos, eu te peço a mesma fidelidade, vivida na comunhão obediente e colaboradora de todos os dias. Se é verdade que o Bom Pastor faz as Boas Ovelhas, também é verdade que as Boas Ovelhas fazem os Bons Pastores, pois delas é que eles provêm.

Para terminar, como não havia de saudar aquela que, aqui representada na sua imagem, patrocina esta celebração – a Senhora do Coração Imaculado? Em Caná da Galileia, Jesus disse claramente à sua Mãe: “Ainda não chegou a minha hora” (Jo 2, 4). E sua Mãe mudou essa hora fazendo-a chegar. Jesus mudou a água em vinho, porque antes Maria mudou a sua hora. A omnipotência operante de Jesus foi accionada pela omnipotência suplicante de Sua Mãe.
Com razão ela prometeu à vidente Lúcia: “O meu Imaculado Coração triunfará”.

Ó Mãe do Imaculado Coração, foi escudado nesta certeza que, há 40 anos, vos confiei a Diocese do Uíje e o seu primeiro Bispo. E é apoiado na mesma certeza que hoje confio à vossa maternal solicitude o segundo Bispo desta Diocese, D. Emílio Sumbelelo.

Uíje, 11 de Março de 2007

segunda-feira, março 12, 2007

O Bispo coadjutor do Uíje foi apresentado ontem, 11.03.2007, na Diocese

Dom Emílio Sumbelelo, nomeado Bispo Coadjutor de Uíje pelo Santo Padre, o Papa Bento XVI, a 1 de Dezembro de 2006, e Sagrado Bispo em Benguela (sua Diocese natal e de incardinação como presbítero), aos 25 de Fevereiro passado, foi apresentado ontem na Diocese do Uíje. No começo da Celebração Eucarística, o Bispo Coadjutor foi emocionalmente ovacionado pela assembleia dos fiéis do Uíje, por uns 5 minutos. Pôde ler-se a emoção, a alegria e fé no rosto do povo uijense.
Presidiu à Eucaristia o Bispo local, Dom Francisco da Mata Mourisca, que foi concelebrado por Dom Ângelo Becciu (Núncio Apostólico em Angola e São Tomé), Dom Óscar Braga, Bispo de Benguela, Dom Gabriel Mbilingi, Bispo Coadjutor do Lubango e Administrador Apostólico do Lwena e ainda Vice-Presidente da CEAST, Dom Mário Lukunde, Bispo de Menongue, Dom Joaquim Ferreira Lopes, Bispo do Dundo, Dom Serafim Shingo ya Hombo, Bispo de Mbanza Kongo, Dom Almeida Kanda, Bispo de Ndalatando, Dom Pedro Luís Scarpa, Bispo Emérito de Ndalatando, e uma centena de sacerdotes vindos de diversas Dioceses de Angola.
Uma delegação de mais de 3 centenas de pessoas, constituída de Religiosas e Religiosos, Deputados à Assembleia Nacional, Magistrados, Membros do Governo Central, delegação saída de Luanda e de outras províncias vizinhas, enriqueceu a festa e brindou com sua presença o Bispo que sucederá a Dom Francisco da Mata Mourisca no pastoreio e governo da Diocese do Uíje. Nessa Delegação, pudemos destacar ainda Sacerdotes, Religiosos e Leigos vindos da Diocese de Benguela, Igreja Particular donde é oriundo Dom Sumbelelo.
O Bispo Coadjutor agradeceu a Deus a graça de ter merecido sua escolha para o Episcopado e missão no Uíje. Agradeceu aos fiéis do Uíje, e não só, a celebração de recepção, a alegria e confiança. E, dirigindo-se particularmente aos fiéis do Uíje, disse: “Imitando a Cristo, vim amar-vos e servir-vos”, frase das suas armas episcopais, imitar a Cristo amando e servindo. Finalmente, confiou seu ministério a Maria, modelo de serviço, para que guie sua missão que, por enquanto, será exercida ao lado do irmão “mais velho” Dom Francisco da Mata Mourisca, Bispo de Uíje desde 1967.

Editou
Pe. Pedro Gabriel Tchombela
Director do Secretariado Nacional de Pastoral
CEAST

No artigo seguinte segue o texto integral da Homilia de Dom Francisco da Mata Mourisca, Bispo do Uíje, na Eucaristia de recepção de Dom Emílio Sumbelelo:

sábado, março 10, 2007

Bispos da CEAST são recebidos pelo Presidente da República

Uma delegação da CEAST foi recebida ontem, 9.3.2007, pelo Presidente da República de Angola, Engº José Eduardo dos Santos. O pedido de audiência foi da CEAST para um encontro de cortesia, aproveitando o momento para informar ao Magistrado da Nação do Encontro Regional da IMBISA (Conferência Regional dos Bispos da África Austral)e endereçar-lhe um convite para estar na Sessão inaugural. O Encontro se realizará em Luanda de 20 a 26 de Julho próximo.
À margem do encontro, os Bispos da CEAST trataram com o Presidente de outras questões principalmente relacionadas com a cidadania, com a reconstrução do país, com a vida económico-social das populações e as relações de parceria com o Governo nos campos da educação e saúde em que a Igreja Católica de Angola está engajada, não podendo pretender, é claro, substituir o dever do Estado. "A Igreja dá sim o seu contributo", disseram os Bispos.
Estiveram no Encontro Dom Damião António Franklin (Arcebispo de Luanda e Presidente da CEAST), Dom Gabriel Mbilingi (Bispo Coadjutor do Lubango, Administrador Apostólico do Lwena e Vice-Presidente da CEAST), Dom Óscar Braga (Bispo de Benguela), Dom Filomeno do Nascimento Vieira Dias (Bispo de Cabinda) e Dom Anastácio Kahango (Bispo Auxiliar de Luanda).

Secretariado de Pastoral
Pe. Pedro G. Tchombela

quinta-feira, março 08, 2007

TOMADA DE CONSCIÊNCIA SOBRE A INTOLERÂNCIA POLÍTICA (Nota Pastoral dos Bispos Católicos de Angola)

A Igreja tem envidado e continua a envidar esforços, em sintonia com o Governo e os Partidos Políticos, para criar um clima propício às próximas eleições, de forma que venham a ser LIVRES, JUSTAS E INCONTESTÁVEIS. Prova deste empenho são os Congressos PRO PACE promovidos em várias Dioceses bem como as diversas iniciativas do COIEPA como, por exemplo, a sua última assembleia realizada no INAC de 26 a 27 de Fevereiro próximo passado.

Todo este esforço foi surpreendido pelas notícias partilhadas na presente Assembleia dos Bispos sobre casos de intolerância política, acontecidos em diversas localidades do País, com atitudes violentas contra símbolos, edifícios e até pessoas. O mais grave é que algumas destas atitudes foram, ao menos aparentemente, fomentadas por quem tinha o dever de não permitir que acontecessem.

Não podemos esconder a nossa apreensão perante semelhantes acontecimentos, pois eles significam, entre outras coisas, o seguinte:
1. Ainda há ressentimentos no coração de uns Angolanos contra os outros, os quais ainda se não reconciliaram verdadeiramente;
2. Falta de vontade para aceitar o outro, se ele vencer as eleições;
3. Disposição para corromper as eleições e até para as contestar;
4. Risco de acontecer o impensável;
5. Desconfiança dos eleitores e sua abstenção do voto.

Perante esta situação, vimos suplicar encarecidamente a todos quantos o caso diz respeito que façam quanto estiver ao seu alcance para evitar estas intoleráveis atitudes de intolerância. De modo especial, recomendamos a todos os agentes de Pastoral, tais como Padres e Catequistas, bem como aos representantes do Governo e dos Partidos Políticos que expliquem ao Povo, e especialmente aos seus respectivos militantes, o que significa, em democracia, a tolerância política, e o que significa fazer eleições livres, justas e democráticas.

Luanda, 7 de Março de 2007

Os Bispos Católicos de Angola

terça-feira, março 06, 2007

PARTIR DE CRISTO (Mensagem Pastoral dos Bispos Católicos de Angola no Ano da Santificação)

No término da sua Primeira Assembleia Ordinária de 2007, os Bispos Católicos de Angola exortam os fiéis das suas Dioceses. Trata-se da primeira Mensagem Pastoral sobre a vocação à SANTIDADE, depois que foi aberto o Biénio dedicado à Santificação: "duc in altum in santificando":

PARTIR DE CRISTO

(MENSAGEM PASTORAL DOS BISPOS CATÓLICOS DE ANGOLA NO ANO DA SANTIFICAÇÃO)

INTRODUÇÃO

1. O Saudoso Papa, o Servo de Deus João Paulo II, publicou em Janeiro de 2001 a Carta Apostólica “ Novo Millennio Ineunte (NMI), traduzida em português com o título “No Início do Novo Milénio”. Nesta Carta programática ele deixou‑nos as linhas orientadoras para, segundo as suas palavras, «a entusiasmante obra do relançamento pastoral». Neste programa aponta como prioridade das prioridades a SANTIDADE.

2. A partir daquela Carta a CEAST, como as demais Conferências Episcopais do Mundo, elaborou o seu plano de pastoral, cujos programas começaram a ser implementados em 2006, ano que dedicámos ao “duc in altum” in docendo - “faz-te ao largo» (Lc 5, 4) ensinando.

Neste ano de 2007, dedicado à santificação, apostamos em concentrar os nossos esforços na vocação universal à SANTIDADE, partindo do Mistério de Cristo celebrado na Liturgia, particularmente com a Santa Missa.

Com efeito, Deus dissera a Moisés: “Fala aos filhos de Israel e diz-lhes: sede santos, porque Eu, o Senhor, sou Santo» (Lev 19, 2). E Jesus, por sua vez, acrescentou: “Sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celeste» (Mt 5, 48).

I. PARTIR DE CRISTO, O REDENTOR

1. A Carta Apostólica a que nos referimos traz no seu 3º Capítulo a expressão-chave desta nossa Mensagem: Partir de Cristo.

Diz o Vaticano II: «A luz dos Povos é Cristo. Por isso, este Sagrado Concílio deseja ardentemente iluminar todos os homens com a sua luz que resplandece no rosto da Igreja, anunciando o Evangelho a toda a criatura» (LG 1; cf. Mc16,15). Portanto, é dessa luz que parte toda a renovação de pessoas, instituições e estruturas.

2. No ano dedicado à santidade, falamos dela partindo daquela página da Bíblia que nos relata não só a criação do homem à imagem e semelhança de Deus como também a queda do mesmo homem no pecado.
O Novo Catecismo diz, a propósito: «O homem, tentado pelo Diabo, deixou apagar no seu coração a confiança em relação ao seu Criador e, desobedecendo-Lhe, quis tornar-se ‘como Deus’, ‘ser-Deus’ e não ‘segundo-Deus’ » (Gn 3, 5). Assim, Adão e Eva perderam imediatamente, para si e para todos os seus descendentes, a graça da santidade e da justiça originais.

3. Desta feita o pecado original debilitou a natureza do homem, física, moral e espiritualmente. O regresso à condição primitiva tornou-se penoso mas possível, graças à Redenção de Cristo.

Ontem como hoje, perante a santidade de Deus, o homem, como o Profeta Isaías, reconhece que tem os lábios impuros, e desejaria tê-los purificados.
4. Partir de Cristo, o Redentor, é acreditar que o pecado nos afasta de Deus, que pecar é dizer ‘não’ à vontade de Deus expressa nos Mandamentos da Sua Lei. E porque Deus, como o pai misericordioso do Evangelho, espera o nosso regresso, acreditamos no convite de Jesus que nos diz: «Chegou o tempo, e o Reino de Deus está perto: arrependei-vos e acreditai no Evangelho» (Mc 1,15).

II. PARTIR DE CRISTO, O BOM PASTOR

1. S. Pedro, falando ao Povo no dia de Pentecostes, apresenta, não uma fórmula abstracta, mas a Pessoa de Jesus que os Judeus mataram e Deus ressuscitou dos Mortos, segundo as Escrituras. Naquele dia criou-se uma comunidade de cerca de três mil crentes que «eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações» (Act 2, 42). A nossa acção pastoral, partindo de Cristo, o Bom‑Pastor, é chamada a criar e fortalecer comunidades à imagem da comunidade acima referida.

2. Escutando a Lumen Gentium do Vaticano II, aprendemos que todos nós somos chamados: «à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade» (LG 40). Então entendemos que ser santo é estar unido a Deus, por Jesus Cristo, o Bom Pastor das almas (cf. 1Ped 2, 25), na comunhão do Espírito Santo; entendemos que o santo ou a santa é aquela pessoa que, como Maria Mãe de Jesus, sabe dizer ao Senhor: “eis‑me aqui, faça-se em mim segundo a vossa palavra” (Lc 1, 38). Ter consciência do pecado é compreender a ofensa que ele causa a Deus e o mal que ele nos causa a nós, privando-nos da graça e da salvação. E, por isso, quem compreende a natureza do pecado procura os meios para o evitar, mantendo-se firme na fidelidade baptismal. Era isto que João Paulo II pedia frequentemente nas suas Mensagens, quando dizia: «não tenhais medo de ser santos»!

3. «Se alguém Me ama guardará a minha palavra; Meu Pai amá-lo-á, e nós viremos a ele e faremos nele morada» (Jo 14, 22-23). Ser morada de Deus é ser santo, é sentir a água‑viva que jorra em nós, O Espírito Santo (cf. Jo 8,38), a impelir-nos para o apostolado, seja como Leigos porque fomos crismados, seja como presbíteros porque pela ordenação ficamos configurados com Cristo, o Bom Pastor. Todavia, partir de Cristo, o Bom Pastor, é para todos: pessoas, famílias e instituições de toda a ordem.

III. PARTIR DE CRISTO, O HOMEM NOVO

1. S. João, no Apocalipse, viu que a Nova Jerusalém descia do Céu, resplandecente de glória. Era a imagem da Igreja que, reflectindo a luz de Cristo, o Homem Novo, mostrava em visão a sua natureza de Igreja humana e divina, pecadora e santa nos seus membros, mas santíssima na sua cabeça que é Cristo. Para falar do Homem Novo, recordamos aquela sugestiva cena da porta do Templo: os Apóstolos Pedro e João e o Paralítico. Este pedia-lhes uma esmola, mas os Apóstolos olhavam-no fixamente. Entretanto, Pedro falou‑lhe em nome duma Pessoa que morrera e ressuscitara – Jesus de Nazaré. O resultado foi a imediata cura do paralítico, operada em nome do mesmo Jesus (cf. Act 3,1‑6).

2. A Igreja de Angola continua empenhada em trilhar esta mesma via: evangelizar a pessoa humana, promovendo-a em toda a dimensão. Por isso, ela não se alheia às tarefas temporais que afectam o homem. Da sua parceria com o Estado, mormente através de protocolos assinados ou em vias de assinar, espera-se que, à luz do “duc in altum in santificando”, provenham abundantes frutos de santidade, em quaisquer esferas da vida social.

3. Nesta linha, celebrou-se em Luanda de 6 a 10 de Fevereiro passado, a 3ª Semana Social, que reflectiu sobre a Justiça Social. A passada Assembleia-Geral da CARITAS de ANGOLA traçou as novas estratégias da nossa Pastoral Social para os próximos anos. Também a nível regional nos preparamos para a Assembleia Plenária da IMBISA (Associação dos Bispos Católicos da África Austral) que se reunirá em Luanda de 20 a 26 de Julho, com o seguinte tema: “ A Boa Governação e o Desenvolvimento”.

4. Portanto, Irmãos, a semente da santidade que todos recebemos no dia do nosso Baptismo, temos obrigação de fazer com que, germinando, cresça e, crescendo, dê frutos de santidade, seja qual for o estado de vida e a profissão que tenhamos na sociedade.

É nesta linha que a ECCLESIA IN AFRICA pede a Deus que haja em África políticos (homens e mulheres) santos, isto é, Chefes de Estado, Ministros, Deputados, Sindicalistas, Empresários, que sirvam os irmãos “em santidade e justiça”. Então, todos nós seremos HOMENS‑NOVOS em Cristo e como Cristo (cf. EIA 111).

CONCLUSÃO

1. «Do Mistério Pascal de Cristo nasce a Igreja. Por isso mesmo, a Eucaristia, que é o Sacramento por excelência do Mistério Pascal, está colocada no centro da vida eclesial» (Da Carta Encíclica “ A igreja vive da Eucaristia”).

2. Nós, os Sacerdotes, somos especialmente chamados a empenhar-nos na nossa santificação pessoal, para sermos guias credíveis da comunidade cristã. Por isso, as acções litúrgicas (Missa e Sacramentos) sejam celebradas com exemplar fervor e devoção.

3. Na Catequese ponhamos em evidência a vocação de todos à santidade, cujos meios são: a fidelidade às promessas baptismais de renúncia ao pecado e de fé viva em Jesus Cristo, assim como a frequência dos Sacramentos e a prática da Oração.

Celebrando actualmente o mês de S. José, o Homem justo, e estando a preparar-nos, com a Quaresma, para celebrar o Mistério Pascal de Cristo, auspiciamos para todos os nossos Fiéis, com Maria Mãe de Jesus, Santas e Felizes Festas Pascais.

Luanda, aos 6 de Março de 2007

Os Bispos Católicos de Angola




A Assembleia da CEAST termina amanhã, 7 de Março de 2007

Os Bispos Católicos de Angola, reunidos desde 28 de Fevereiro na sua Primeira Assembleia Ordinária de 2007, terminam amanhã, quarta-feira com os trabalhos.
Hoje tiveram uma conferência de imprensa que segue na íntegra:


COMUNICADO

INTRODUÇÃO

De 28 de Fevereiro a 07 de Março do ano em curso, na sede da CEAST, em Luanda, decorreu a primeira Assembleia Anual Ordinária da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, presidida pelo Senhor Arcebispo de Luanda e Presidente da CEAST, Dom Damião António Franklin.

Depois de saudar, de modo especial, Sua Eminência Dom Alexandre Cardeal do Nascimento, o Senhor Núncio Apostólico, Dom Angelo Becciu, o novo Bispo coadjutor da Diocese do Uíge, Dom Emílio Sumbelelo e todos os presentes, o Presidente da Conferência referiu-se, entre outras coisas, à situação dramática em que vivem ainda muitas famílias afectadas pelas fortes chuvas que se abateram sobre várias localidades do País.

Sobre a agenda de trabalhos, dois temas dominaram a presente Assembleia: a mensagem pastoral relativa ao “Biénio sobre a Santificação do povo de Deus” e a realização, em Luanda, da Plenária da IMBISA, a decorrer de 20 a 26 de Julho do ano em curso, que se debruçará sobre o tema “ A Boa governação dentro e fora da Igreja na Região Austral de África”.

Para além dos temas centrais, acima referidos, outros assuntos mereceram a atenção da Plenária, nomeadamente:
- Sínodo dos Bispos para a África - 2008
- Congresso Nacional da Educação
- Congresso Eucarístico Internacional
- Congressos Diocesanos “Pro Pace
- Ensino de religião e moral nas Escolas Católicas
- Elaboração e aprovação do Catecismo Nacional
- Segurança Social do Clero: “Opus Securitatis
- Revisão do ciclo de estudos filosófico‑teológicos nos Seminários
- Questão eleitoral e assuntos afins

II. DELIBERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

1. Sobre o Congresso Eucarístico Internacional, a decorrer em Canadá de 15 a 22 de Junho de 2008, a plenária designou Sua Excia Rvma Dom Benedito Roberto, Bispo do Sumbe, como Presidente da Delegação da CEAST ao referido Congresso.
2. Aprovou a realização do Congresso das Escolas Católicas, em Luanda, de 30 de Abril a 3 de Maio do ano em curso, subordinado ao lema “Escolas e Famílias juntos para Educar”.
3. Confirmou o Revdo Pe. Feliciano Palanga, da Diocese de Benguela, como novo Presidente Nacional da UAC (União Apostólica do Clero).
4. Recomendou a realização, ainda este ano, da Semana Nacional de Liturgia e Cultura.
5. Tomou conhecimento dos passos que estão a ser dados na resolução do problema da segurança social do clero.
6. Tomou conhecimento das recomendações saídas da Plenária do SECAM.
7. A plenária constatou, com agrado, os resultados positivos de alguns Congressos Diocesanos PRO PACE. Dada a sua grande utilidade na promoção da paz e da reconciliação nacional, recomendou que se trabalhe no sentido de que as suas actividades atinjam os pontos mais recônditos.
8. Sobre as próximas eleições gerais em Angola, constatando-se haver ainda actos de intolerância política em várias localidades do país, a Plenária da CEAST recomenda a todos os actores sociais, aos membros dos diferentes partidos políticos, especialmente ao Governo, que trabalhem na criação de um clima de confiança e respeito mútuos, contribuindo assim para que as eleições decorram num clima de paz e harmonia social. Dada a importância desta matéria, a Conferência decidiu escrever uma nota pastoral sobre a questão. Por outro lado, recomenda e encoraja a participação de todos os cidadãos no registo eleitoral.
9. Dos relatórios das Dioceses, a Plenária constatou o relançamento lento do País no campo da economia, do comércio e do desenvolvimento em geral, persistindo ainda uma grande falta de emprego, elevado custo de vida e aumento dos casos do HIV/SIDA, mormente nas zonas fronteiriças.
10. A Plenária, face ao aumento da delinquência juvenil e da corrupção nas escolas, recomenda que se encontrem mecanismos para pôr cobro a tais fenómenos.
11. A Plenária aprovou as conclusões e recomendações do Conselho Geral da CARITAS de Angola, que esteve reunido nos dias 26 e 27 de Fevereiro de 2007, em Luanda, e recomenda a implementação do plano trienal 2006-2009, em todas as Dioceses de Angola.
12. A CEAST apela a todas as estruturas da CARITAS e movimentos afins no sentido de continuarem o esforço de solidariedade para com as vítimas das chuvas nos vários pontos do País.
13. A Conferência recebeu no dia 6 de Março a Visita de Sua Eminência Dom Zenon Cardeal Grocholewsky, Prefeito da Congregação para a Educação Católica, que se deslocou a Luanda para a inauguração do Edifício Sede da UCAN.
14. Finalmente, a Conferência congratulou-se com a Sagração Episcopal de Sua Excelência Reverendíssima Dom Manuel Santos, Bispo de São Tomé e Príncipe, a quem auspicia fecundo Apostolado.
15. À margem dos trabalhos da presente Plenária, os Bispos participaram no Domingo, dia 4 de Março, na solene celebração eucarística no estádio da cidadela alusiva ao Mês da Mulher; devendo também marcar presença na inauguração do edifício central da Universidade Católica de Angola, no Palanca, a ter lugar nesta quarta-feira, dia 7 de Março.

Luanda, aos 6 de Março de 2007.