terça-feira, outubro 23, 2007

NOTA PASTORAL DOS BISPOS DA CEAST

Aos Sacerdotes e Religiosos
- no Ano da Santificação -


Caros Sacerdotes
Caros Religiosos/as das nossas dioceses


Louvado seja N. Senhor Jesus Cristo.


Olhando para o Plano Pastoral da CEAST por todos vós conhecido, o ano de 2008 é ainda o ano da Santificação; todavia, ele apresenta-se como dedicado particularmente aos Sacerdotes e Religiosos.

Queremos com isto dizer que, ao mesmo tempo que continuamos nas nossas comunidades paroquiais a escutar e a pôr em prática o “sede Santos, porque Eu o Senhor, sou Santo” (cf. Lev. 19,2-Mat.5,48-Lc.6,36), nós, Bispos, Presbíteros e Diáconos, Religiosos e Religiosas fazemos uma introspecção já que fomos distinguidos com um chamamento especial, o chamamento à vida Consagrada, no Sacerdócio Ministerial ou na vida Religiosa, sendo para isso ordenados ou professos nalgum Instituto religioso mediante a emissão dos votos religiosos.

1-Todas as vezes que na Celebração eucarística damos graças a Deus pelas maravilhas que Ele operou no Seu Povo Santo Confessamos que isto”é nosso dever, é nossa salvação” (Pref.).Sim! Como Pastores desta Igreja que Deus reúne em Angola e em S. Tomé, nós vossos Bispos damos graças ao Pai Santo por todos vós, Sacerdotes e Religiosos das nossas dioceses.

Se é pois por dever de ofício o é também pela Caridade pastoral, com efeito, diz o Concílio Vat. II “ Os Bispos, enquanto Santificadores, procurem promover a Santidade dos Clérigos, dos Religiosos e dos Leigos, segundo a vocação de cada um” (CD 15). Noutro lugar o mesmo Concílio já havia dito:” Os Presbíteros do N.T. em virtude da vocação e Ordenação de algum modo são segregados dentro do povo de Deus, não para serem separados dele…mas para se Consagrarem totalmente à Obra para a qual Deus os chama” (PO.3)

2- Essa “Segregação” amorosa leva a pessoa a ser “diferente” mesmo no sentido da linguagem moderna quando fala em “fazer a diferença”. Também na vida espiritual diríamos que “fazer a diferença” é, para o Cristão, optar pela radicalidade do Evangelho, pela Santidade com vista a converter-se em propriedade de Alguém, tal como Israel que, segregado dos outros povos tornou-se propriedade de Javé, e, dentro do povo eleito, os levitas, colocados à parte, tornaram-se os Consagrados ao serviço do Senhor (Ex.19,5-6).

Também nós, caros Sacerdotes e caros Religiosos: pela Ordenação sacerdotal assumimos um novo “ser” que nos permite agir “in persona Christi Capitis” (cf.PO.2) ou que pela Profissão dos Conselhos evangélicos, a nossa vida escondida em Cristo ficou “Segregada” para a transfiguração do mundo (cf. LG.31)
A uns e outros, Sacerdotes e religiosos, Cristo oferece na Igreja o caminho a seguir e os meios a usar para crescermos na Santidade.
Dentre estes, está, em primeiro lugar o Mistério Pascal celebrado em todos os Sacramentos, dentre os quais se destaca a excelência do Mistério eucarístico, fonte e cume de toda a vida apostólica.
3- Ao longo do ano 2008 iremos assimilar o grande objectivo do ano: a santificação do Clero e dos Religiosos, razão por que o subdividimos em quatro objectivos específicos, a saber:
1- Rever a Pastoral Vocacional nas Paróquias, nos Seminários e nas Comunidades religiosas de formação aproveitando a reflexão já feita em 2007.
2- Proporcionar ao Clero meios para uma perfeita caminhada na senda da Santificação,
3- Libertar os Sacerdotes em Ordem a uma total liberdade de exercício do ministério Pastoral
4- Reavivar e reactualizar os meios de Santificação dos Religiosos e o testemunho e serviço das Comunidades


CONCLUSÃO

Concluímos esta Nota com as palavras da “Ecclesia in Africa” (EA) quando, referindo-se aos Religiosos, diz:
Numa Igreja família de Deus, a vida Consagrada tem um papel particular, não só para indicar a todos o apelo à Santidade, mas também para testemunhar a vida fraterna na Comunidade” (nº 94)E falando dos Sacerdotes diz: Conscientes das exigências pastorais pela evangelização dos povos de África, o Sínodo exorta-os a viverem na fidelidade à sua vocação, ao dom total de si mesmos à missão e em plena comunhão com o próprio Bispo.
E enumera alguns dos caminhos que nos levam à Santidade:
A formação permanente, o aprofundamento do sentido do Celibato vivido na castidade perfeita, a vida comunitária ou, pelo menos, uma certa comunidade de vida que os ajude a fomentar a vida espiritual e intelectual, a acção apostólica e pastoral, a caridade e a solicitude recíproca. (cf. EA.97).
A visita que nos fez o Sr. Cardeal Ivan Dias, em Julho passado, por certo, deixou marcas da solicitude pastoral da Santa Sé para connosco os Obreiros da Santidade: Os Bispos, os Sacerdotes e Diáconos, os Religiosos, as Religiosas e os Candidatos ao Sacerdócio ministerial.
No próximo mês de Junho, entraremos no ano paulino em boa hora proclamado por S. SS o Papa Bento XVI. Temos esperança de que colocando nos nossos programas de vida e de acção tão ilustre figura, também nós cresceremos no nosso “ser com Cristo”, ou seja, na Santidade, como o foi S. Paulo.
Que Maria a Mãe de todos os Consagrados esteja connosco ao longo de 2008 – Ano da Santificação do Clero e dos Religiosos.

Luanda, 17 de Outubro de 2007
Os Bispos Católicos da CEAST

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